‘Um grandessíssimo fdp’, diz Vladimir Brichta sobre Remy de ‘Segundo sol’
Vilão é pouco para definir Remy, de “Segundo sol’’. Na visão de Vladimir Brichta, seu intérprete, o personagem é, na verdade, um “grandessíssimo fdp”.
— O povo escreve vilão porque não pode falar palavrão (risos). Remy é mau-caráter, invejoso. Ele se incomoda com o carisma e o brilho de Beto (Emilio Dantas). Além de roubar o irmão, ainda é amante da cunhada, Karola (Deborah Secco). Se isso não basta para ele ser odiado, só resta superfaturar obras — brinca.
O ator não vê com surpresa o ciúme entre irmãos, situação antiga descrita até na Bíblia, nas figuras de Caim e Abel. Só frisa que essa é uma realidade inadmissível pra ele.
— Eu tenho um irmão mais velho e nunca competi com ele. Sempre foi meu herói. Minha empresa se chama MBrichta porque esse era o nome do super-herói que seríamos quando crescêssemos. Não cresci disputando, mas gostando e admirando — afirma o artista, de 42 anos, que curte seu primeiro malvado em novelas, após dois protagonistas do bem em “Rock story” (2016) e “Cidade proibida” (2017): — Não ser o mocinho da história é o que mais me agrada neste momento.
Nascido em Diamantina (MG), mas criado em Salvador (BA), Brichta está usando e abusando de seu sotaque, amenizado desde que veio para o Rio, há 18 anos:
— Eu me sinto confortável. Resgatei gírias como “rei”, “rebocado”, palavras com diminutivo e gerúndio... Sem contar que estou falando muito palavrão na vida, porque na Bahia se usa frequentemente. No Rio, me controlo (risos).
Amor estranho pelo irmão e admiração pela mulher, Adriana Esteves
Parece contraditório, mas Brichta afirma que Remy ama Beto e que “a complexidade é conseguir amar e odiar numa proporção parecida”.
— É como se a vida daquela pessoa te pertencesse um pouco. O irmão é a luz da casa, o talento. Há uma admiração profunda, que gera rejeição e sofrimento a Remy — explica o ator, que celebra a parceria com a mulher, Adriana Esteves, a grande vilã Laureta: — A gente está sempre junto, mesmo não fazendo os mesmos trabalhos. Um ajuda o outro a decorar texto, a encontrar o tom das histórias... É o recomeço de uma parceria que é amorosa, mas que começou profissionalmente (na novela “Coração de estudante’’, em 2002).
fonte:extra.globo.com