De frente para a TV: 'A regra do jogo' parece um seriado policial
“A regra do jogo’’ começou já com o pé na porta com capítulos cheios de ação, alguma violência e ganchos — muitos ganchos! Quando João Emanuel Carneiro disse que escreveria cada capítulo como se fosse o último, ele não estava mentindo: a cada dia, trouxe uma história de tirar o fôlego e uma nova revelação sobre os personagens. Afinal, Romero (Alexandre Nero) quer se aproximar da mãe porque está doente ou por ódio? E Juliano (Cauã Reymond)? É inocente como ele diz ou culpado como Dante (Marco Pigossi) garante? Cheguei a comentar na redação que talvez os telespectadores mais conservadores podem torcer o nariz para a trama cheia de reviravoltas e segredos, que já virou marca do autor. Minha avozinha, por exemplo, se fosse viva, ia dormir mais cedo porque odiaria assistir a uma novela que falasse o tempo todo de facção criminosa.
Eu, particularmente, adoro esse tipo de história que mais parece um filme, um seriado policial. É uma novela que precisa ser acompanhada diariamente mesmo para não se perder o fio da meada. E o melhor é saber que João Emanuel Carneiro não muda os rumos das suas tramas por causa de rejeição de telespectador. Lembro que na época de “A favorita” muita gente reclamava, a audiência capengava e ele continuou escrevendo o que havia pensado originalmente. Já imaginaram se ele tivesse alterado sua ideia por causa do público? “A favorita” não seria a referência de sucesso que é hoje. Novelão criativo e diferente. João Emanuel sabe o que faz, virou grife, só escreveu sucesso. E concordo quando ele disse que “o público é como uma criança. Se você levá-la ao Museu do Prado, ela vai adorar aquelas pinturas. Se só leva ao parque de diversão, só vai conhecer aquilo”. Que os mais apressadinhos esperem antes de criticar o novo que o autor tenta apresentar. É preciso paciência para ver o desenrolar de “A regra do jogo” antes de gritar nas redes sociais.
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fonte:http://extra.globo.com