No jogo de Janete, personagem de Suzana Pires, não existem regras quando o assunto é o coração. Apaixonada por Vavá (Marcello Novaes), a manicure trabalha duro para sustentar o malandro e a família dele na novela de João Emanuel Carneiro. Para a atriz, essa situação da ficção é algo que ela não consegue se imaginar vivendo.

— Eu acho que é um problema de admiração. Não tenho questão com quem ganha mais ou menos. Eu, Suzana, gosto de garra! Para ficar comigo tem que ter garra. Além de ter pegada, óbvio (risos). Acho que pessoas que têm essa força se entendem melhor — explica a artista, de 39 anos, que está solteira atualmente.

Apesar de todo o sacrifício de Janete, Suzana acredita que a personagem é feliz com a vida que tem.

— Ela está levando superbem dessa maneira. Não reclama, é muito alto-astral. Como não teve uma família, dá muito valor para aquelas pessoas que a acolheram. A relação dela com o Feliciano (Marcos Caruso), por exemplo, é quase paternal — pondera a artista, que buscou uma vivência em um salão de beleza para compor a personagem: — Fui atrás dessa realidade. Busquei informações e trouxe para Janete. Ela é uma manicure que sustenta uma casa com oito pessoas. O que eu descobri é que ela não faz apenas unha normal, Janete faz unha de gel também, que é mais caro (risos).

Nos próximos capítulos de “A regra do jogo”, a mulher vai descobrir o caso do marido com Mel (Fernanda Souza). O golpe será duro.

— Ela nem suspeita do Vavá. É completamente devotada a ele. É mais do que amor. Essa trajetória dela será muito bonita. O mote da personagem é essa história de ser uma mulher que ama demais e é traída — explica.

Autora além de atriz, Suzana está encantada com o texto de João Emanuel Carneiro. Ela tem prestado atenção em todos os detalhes do novelo criado por ele.

— Nessa novela, além de aprender como atriz, eu aprendo como escritora (ela escreveu “Flor do Caribe” com Walther Negrão). Ler como João conduz a história, como ele faz tudo se entrelaçar, é uma aula à parte — assume ela, que depois de escrever para a televisão, tem encarado o ofício da atuação com outros olhos: — Você passa a conhecer mais o trabalho por trás das câmeras. Quem escreve está mais perto da produção e sabe todos os problemas que envolvem a realização de certas cenas. Eu tenho mais consciência de todo esse processo da novela.