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Susana Vieira, a Adisabeba de ‘A regra do jogo’, ganha elogio de Cauã Reymond: ‘Diz que estou gostosa’
Com Adisabeba não existe tempo ruim no Morro da Macaca, em “A regra do jogo”. E o mesmo pode-se dizer de sua intérprete, Susana Vieira. Aos 73 anos, a atriz é dona de uma vitalidade capaz de deixar muita gente de boca aberta. Fazer o estilo vovozinha? Nem pensar!
— Hoje em dia, vamos falar a verdade, se dá muito valor à juventude. Ninguém dá valor para os intelectuais. Já que é assim, vamos ficar gostosas porque eu não vou ficar velha contando que li “A divina comédia” (clássico da literatura escrito por Dante Alighieri). Aí chega Cauã (Reymond, ator) e diz que eu estou gostosa, acho show! Vamos falar de beijo na boca. — diverte-se Susana, que acredita que sua positividade pode servir de inspiração: — Eu sou um exemplo para as pessoas pela força, pela demonstração de que, para você ser feliz, não precisa do outro, que envelhecer não é apenas ficar sendo vovó enquanto a mãe vai ao cinema. Nunca fiquei em casa cuidando de neto, eu estou no baile funk. Criei meu filho (Rodrigo Vieira) nas boates. Por isso, ele virou DJ.
O jeito povão de Adisabeba tem agradado à atriz, que garante ter muito em comum com sua personagem.
— Estou muito mais próxima desse jeito descontraído de ser, sem fazer firulas, sem padrões de como comer e sentar, que as personagens ricas exigem. Eu sou mais à vontade. Estou superfeliz — destaca Susana, que valoriza a caracterização da ex-prostituta: — Ela usa muita malha justa. Todo mundo adora, né? Mas, na classe alta, só usa quem tem corpão. Na comunidade, não, mulher barriguda, peituda, gordinha que nem eu, usa mesmo. Acho que não existe tanto preconceito. Eu ando de tênis e malha (risos).
Dona de uma carreira bem-sucedida, a atriz não esconde de ninguém o orgulho que sente de sua trajetória.
— As pessoas me gozam na imprensa e dizem que eu me gabo por falar que tenho 44 anos de Globo. Meu amor, só quero corrigir: tenho 45. Tenho orgulho de estar há tanto tempo numa empresa — afirma.
Reconhecer outros talentos além do seu não é um problema para a veterana.
— Tem uma atriz que está fazendo a minha nora, a Letícia Lima (Alisson), que só conhecia do “Porta dos Fundos”, nem sabia o nome dela. Quando eu a encontrei, disse: “Eu te amo, te acho maravilhosa”. Falei com o coração. Outra coisa que digo: Cássia Kis (a Djanira) é uma das melhores atrizes de hoje em dia. Brinco que ela vem antes de mim. Se eu me acho o máximo, acho a Cássia ainda mais — conta Susana.
Apesar da experiência, as cenas quentes com o estreante Douglas Tavares, o Abner, ainda não são fáceis de gravar.
— É óbvio que eu faço uma cena com Tony Ramos mais relaxada do que com Douglas, que acabei de conhecer. Isso vai ser aos poucos — explica a artista, que está solteira desde o fim do relacionamento com Sandro Pedroso, de 31 anos: — Meu coração está ótimo! Estou felicíssima. Mais do que nunca, inclusive.
No entanto, um novo amor não é descartado. A atriz afirma, contudo, que não tem sido fácil paquerar hoje em dia.
— Está muito difícil arrumar um namorado nesses lugares públicos. São homens lindíssimos e, quando você vai ver, o namorado está do lado — acha graça ela, que compartilha o segredo para continuar vibrante: — Quando você permite que a feminilidade continue em você, significa que você continua viva, que continua apostando no seu futuro. É seguir alegre, curiosa, indo à baile funk, que é uma das coisas de que eu mais gosto na vida.
fonte http://extra.globo.com