Família de ‘A regra do jogo’ já é comparada com a trupe de Tufão de ‘Avenida Brasil’
Cena de café da manhã. Família reunida na mesa e todos falando juntos na maior algazarra. Poderia até ser uma sequência da casa de Tufão (Murilo Benício), de “Avenida Brasil” (2012), mas não é. Escrita pelo mesmo autor, “A regra do jogo” aposta nos conflitos familiares de uma turma que até poderia ter parentesco com os moradores do Divino. Nas redes sociais, alguns internautas até brincam que Leleco e Max, personagens interpretados por Marcos Caruso e Marcello Novaes na extinta trama, voltaram ao ar. Encarnando atualmente o falido Feliciano, Caruso diverte-se com as comparações:
— São as coincidências da ficção. Mas que bom que as pessoas lembram de “Avenida Brasil”. Eu e Marcello tínhamos personagens emblemáticos. E acho que as pessoas associam também por ser eu e ele juntos de novo. Mas é bom lembrar que são papéis e situações diferentes. O Leleco, por exemplo, era um cara do subúrbio e feliz. E o Feliciano, apesar de ter torrado todo a sua herança, é um cara da alta sociedade... E feliz também. Posso brincar que o Leleco seria o primo pobre do primo pobre (risos).
A busca pela naturalidade em cena é estimulada pela diretora Amora Mautner, que dá espaço para seus atores improvisarem, o mesmo que acontecia em “Avenida Brasil”. Otávio Müller, o desempregado Breno, destaca a liberdade que o elenco tem para criar.
— Eu já inventei muita coisa que foi para o ar e não estava no script. O Caruso tem sido um guru para nós. Ele sempre fala: “Gente, vamos fazer de verdade. Somos o núcleo cômico, mas não vamos ganhar no grito, é preciso cativar as pessoas”. Tem sido um exercício de generosidade, sem vaidade. Temos muito espaço para os improvisos, mas eles acontecem nas brechas — conta Müller.
Família vai crescer
O auê tão familiar para quem assiste exige bastante de todos que estão envolvidos no trabalho. É o que garante Fernanda Souza, que, em breve, será a mais nova agregada da casa, já que Vavá (Novaes) assumirá Mel.
— É bem divertido de gravar, mas, ao mesmo tempo, exige bastante concentração para fazer aquela descontração, que é a marca do núcleo.
Intérprete da manicure Janete, Suzana Pires conta que o processo é intenso:
— A gente fala que esse trabalho parece ao vivo. Gravamos sete páginas de texto sem cortar, sem parar de gravar. E você não pode ir para nenhum lugar do cenário sem estar no personagem, porque tem câmera escondida. O elenco tem uma experiência de teatro, mas fazer na TV é desafiador.
Além de uma pitada de falação, acompanhada de uma boa dose de confusão, outro ingrediente de “Avenida Brasil” é usado a gosto por João Emanuel Carneiro em “A regra do jogo”: a empregada intrometida. Se Zezé (Cacau Protásio) conquistou o público na mansão de Tufão, Dinorah (Carla Cristina Cardoso) tem tudo para repetir o sucesso na cobertura de Feliciano. Sua intérprete admite que existe relação entre as tramas:
— Já escutei lá no Projac que essa é a nova família Tufão. Acho que as pessoas se identificam com esses personagens. Todo mundo tem alguém na família ou na vizinhança que não tem pão com manteiga em casa, mas não perde a pose. Muita coisa surreal ainda vai acontecer naquela casa. Daqui a pouco, vai ter gente dormindo na cozinha. Tem sempre mais um chegando ali (risos).
fonte: http://extra.globo.com