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TOIA (VANESSA GIÁCOMO) E DJANIRA (CÁSSIA KIS) (FOTO: TV GLOBO)
Em “A favorita”, Lara (Mariana Ximenes), filha biológica de Flora (Patricia Pillar), foi criada por Donatela (Claudia Raia), a quem era mais ligada. O pai de Flora também preferia Donatela à própria filha. Mesmo caso de Jorginho (Cauã Reymond) em “Avenida Brasil”. Ele foi adotado na infância por Tufão (Murilo Benício) e vivia com a mãe biológica, Carminha (Adriana Esteves), sem conhecer esse detalhe sobre sua origem. Quando descobriu a verdade, sofreu um baque. Ele também preferia Tufão ao seu pai, que era Max (Marcello Novaes). Agora, em “A regra do jogo”, João Emanuel Carneiro reeditou essas relações familiares heterodoxas. Os laços estabelecidos com a convivência e o afeto têm mais valor.
As relações familiares clássicas são autoexplicativas. Mas essas outras construções pedem esclarecimentos maiores. Então, de muitos capítulos para cá, estamos ouvindo que Ascânio (Tonico Pereira) foi quem criou Romero (Alexandre Nero) desde pequeno. “Ensinei o Romero a escovar os dentes” é uma frase que ele já repetiu algumas vezes. É como se ele fosse seu pai. Já Tóia (Vanessa Giácomo) é a filha preferida de Djanira (Cássia Kis), que a adotou. O filho biológico da professora, Romero, foi renegado por ela há anos. Na casa de Gibson (José de Abreu) não é muito diferente. Belisa (Bruna Linzmeyer) e Dante (Marco Pigossi) são primos, mas namoram. Por isso, mais de uma vez alguém explicou que ele foi adotado, ou seja, eles não têm laços de consanguinidade.
É uma espécie de recado que corre numa camada narrativa paralela. E um interessante quebra-cabeças que o público vai montando e absorvendo à medida em que a novela avança. Trata-se também de uma marca de autor.
fonte:http://kogut.oglobo.globo.com