FELIPE CAMARGO (FOTO: ESTEVAM AVELLAR/ TV GLOBO)
Ainda este mês, “Além do tempo” entrará em sua segunda fase, com um salto no tempo de mais de um século. Essa transferência para os dias atuais não se traduzirá apenas numa mudança nos figurinos, cenários etc. Mais que as novidades cosméticas, isso pode significar uma outra dinâmica para a trama de Elizabeth Jhin. A autora precisará abandonar os diários, a quase inexistência de fotografias, as notícias que corriam devagar quando não havia telefone nem internet. Esses são hoje, é preciso dizer, recursos importantíssimos da novela da Globo.
O melhor exemplo é o drama envolvendo a Condessa (Irene Ravache) e Bernardo (Felipe Camargo). Ela sabe que o filho está vivo, mas desconhece seu paradeiro. Anteontem, o Kaspar Hauser das 18h zanzou pelo jardim do casarão. Foi avistado por Zilda (Nívea Maria), que, assustada, desmaiou. Esse acontecimento ecoou pelo capítulo. A governanta foi inquirida, mas mesmo assim não disse o que tinha causado tal emoção violenta. Chamaram o dr. Botelho (Marcelo Torreão), o médico pau para toda obra na região, que receitou um calmante. O Conde Felipe (Rafael Cardoso) teve um breve diálogo com Bernardo sem saber quem ele era: embora seja seu parente, nunca viu uma foto dele. Até Zilda contar a verdade à Condessa demorou. Tudo é lento. Um dos principais desfechos desta fase dependerá de o Conde achar um diário. Só lendo o que a falecida esposa registrou ali, ele saberá que não foi traído e finalmente Melissa (Paolla Oliveira) será desmascarada. O ritmo com que a informação circulava no século XIX ajudou a tornar natural até a reiteração, um recurso clássico das novelas.
Já na próxima fase, vamos conferir o charme que há nos segredos que circulam nas mensagens eletrônicas.
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