REPRODUÇÃO/TV GLOBO
JANAÍNA NUNES
Responsável pelos momentos mais hilários de A Regra do Jogo, o vagabundo Ascânio, interpretado por Tonico Pereira, 67 anos, tem chamado a atenção por conseguir tirar Romero, Atena e os marginais da facção do sério sem derramar uma gota de uísque. Na verdade, o ator "enche a cara" mesmo é com "litros e litros" de chá, guaraná e água. Ao Notícias na TV, ele revela que não decora os textos e reclama do "baixo salário" que recebe da Globo. Polêmico, diz que seu personagem deveria abrir uma igreja evangélica para lavar dinheiro e se eleger deputado federal.
O ator conta também que é "atormentado" diariamente por por José de Abreu, que o acusa de imitar o personagem Nilo de Avenida Brasil (2011). Qualquer semelhança de Ascânio com Nilo não é mera coincidência. As características são parecidas: bêbados, vagabundos, com um passado nebuloso e extramente debochados. “Eles têm a fisionomia parecida, mas eu e Zé [de Abreu] somos atores diferentes. Isso não o impede de me atormentar ao dizer que estou imitando ele, mas eu devolvo dizendo que a risada do Nilo era infantil. Não era de criança?", diverte-se.
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Além do tipo de atuação, outro fator diferencia Pereira de Abreu. "Uma pessoa lê as falas pra mim e eu as reproduzo, sem delay. Prefiro assim", diz. "Uso ponto eletrônico porque é uma forma de me sentir ganhando mais. Já que não ganho mais, eu trabalho menos", cutuca o ator, que está há 40 anos na Globo, com apenas uma interrupção, em 1991, quando foi para a Manchete. Na Globo, interpretou os inesquecíveis Zé Carneiro, do Sítio do Picapau Amarelo (de 1977 a 1985) e Mendonça de A Grande Família (2002 a 2014). Ele não revela seu salário.
Além de usar o ponto, o ator se entope de chá, guaraná e água quando está gravando a novela, já que seu personagem está sempre com uma garrafa de bebida alcoólica nas mãos. "Bebo litros e litros porque o Ascânio não larga a garrafinha, mas é tranquilo", diz.
Na trama, o malandro é chamado jocosamente pelo filho de criação, Romero (Alexandre Nero), de Terreno Baldio. Em um lugar assim nasce qualquer coisa. Além de alcoólatra, preguiçoso e dono de um humor ácido, Ascânio não tem problemas com o travesseiro. Na semana passada, matou a sangue frio a personagem de Paula Burlamaquy, a mando de Tio (Jackson Antunes), chefe da facção criminosa da qual faz parte.
fonte: http://noticiasdatv.uol.com.br