Por Ariane DucatiDo Gshow, Rio
Ao som do piano, ela dança, sorri e encanta. É como se houvesse plateia e o ambiente imponente da centenária confeitaria no Centro do Rio de Janeiro fosse seu palco. Maria Casadevall é assim: cativa com o olhar e tem sentimento à flor da pele. Na reta final de I Love Paraisópolis, a atriz que dá vida a Margot brinca com as lentes do Gshow e conta que o jeito leve de encarar o cotidiano é quase uma filosofia: “Eu procuro não me blindar e estar sorridente tem a ver com uma pequena epifania. Porque eu acho a vida um absurdo maravilhoso”.
Maria Casadevall posa como diva em ensaio exclusivo realizado em centenária confeitaria do Rio de Janeiro (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Prestes a se despedir da sua segunda personagem em novelas, Maria demonstra que sabe ter jogo de cintura com os holofotes da profissão e diz que nunca sentiu ter sua privacidade invadida. “'Não deixo que se aproximem do que é meu”, frisa. Tal qual uma diva do cinema, a atriz de 28 anos se diverte com os flashes e entrega que o amor... Ahhh, esse faz bem à pele.
Confira a entrevista e o ensaio completo e exclusivo!
Confira a entrevista e o ensaio completo e exclusivo!
Maria se despede da personagem Margot, de I Love Paraisóplis, e brinca com os flashes em registros clássicos e delicados (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Você sempre está sorridente e parece levar a vida de um jeito leve. É daquele tipo de pessoa que deixa os problemas em casa para sair?
Não. Pelo contrário, eles todos [os problemas] vêm comigo e eu acho que é isso que deixa a vida tão interessante. Ter que lidar com o cotidiano e com todas essas questões dentro de você. É preciso reconhecer o sagrado que existe em cada ser um humano. Então, eu procuro não me blindar e estar sorridente tem a ver com uma pequena epifania. Porque eu acho a vida um absurdo maravilhoso. Se eu coloco uma música no ouvido, não consigo ficar imune a ela. A música é uma coisa que mexe muito comigo, me deixa muito bem.
É vaidosa?
Sim, por incrível que pareça. Digo isso porque, por exemplo, no trabalho eu já uso tanta maquiagem que evito muito no dia a dia. A minha vaidade é um pouco estar me sentindo bem. Às vezes, eu boto uma roupa que fica linda, mas não tem nada a ver com o que eu estou sentindo. Aí, visto uma camiseta cortada e um short colorido e me sinto ótima. Então, preciso me sentir bem, para que eu possa me esquecer disso, para eu ser eu mesma.
Não. Pelo contrário, eles todos [os problemas] vêm comigo e eu acho que é isso que deixa a vida tão interessante. Ter que lidar com o cotidiano e com todas essas questões dentro de você. É preciso reconhecer o sagrado que existe em cada ser um humano. Então, eu procuro não me blindar e estar sorridente tem a ver com uma pequena epifania. Porque eu acho a vida um absurdo maravilhoso. Se eu coloco uma música no ouvido, não consigo ficar imune a ela. A música é uma coisa que mexe muito comigo, me deixa muito bem.
É vaidosa?
Sim, por incrível que pareça. Digo isso porque, por exemplo, no trabalho eu já uso tanta maquiagem que evito muito no dia a dia. A minha vaidade é um pouco estar me sentindo bem. Às vezes, eu boto uma roupa que fica linda, mas não tem nada a ver com o que eu estou sentindo. Aí, visto uma camiseta cortada e um short colorido e me sinto ótima. Então, preciso me sentir bem, para que eu possa me esquecer disso, para eu ser eu mesma.
A atriz conta que nunca sentiu sua privacidade invadida (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Tem algum produto de beleza essencial no seu dia a dia?
Na verdade não. Tem um poema do Vinicius de Moraes que se chama “Receita de Mulher” e ele fala o que a mulher deve ter e em uma parte diz: “Um mínimo de produtos farmacêuticos”. Os meus, são os mais básicos: sabonete para lavar o rosto todas as noites, antes de dormir, é essencial. Eu chego do trabalho, parece que é um ritual tirar aquilo tudo. Beber água, muita água... E dormir bem. Estar com a alma tranquila, estar feliz, é uma coisa que transparece, é um dos melhores produtos de beleza. O amor faz bem à pele.
Na verdade não. Tem um poema do Vinicius de Moraes que se chama “Receita de Mulher” e ele fala o que a mulher deve ter e em uma parte diz: “Um mínimo de produtos farmacêuticos”. Os meus, são os mais básicos: sabonete para lavar o rosto todas as noites, antes de dormir, é essencial. Eu chego do trabalho, parece que é um ritual tirar aquilo tudo. Beber água, muita água... E dormir bem. Estar com a alma tranquila, estar feliz, é uma coisa que transparece, é um dos melhores produtos de beleza. O amor faz bem à pele.
O cenário das fotos é uma dos lugares preferidos de Maria no Rio de Janeiro (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Maria diz que gosta de ir a cafés para encontrar amigos e observar as pessoas ao redor (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Você segue alguma dieta ou exercício específico para manter o corpo sequinho?
Eu incluo atividade física na minha vida muito mais porque faz bem para o espírito do que para manter o corpo. Gosto muito de caminhar, se me deixar sou capaz de chegar à Venezuela caminhando (risos) e gosto muito de correr na esteira. O meu corpo é muito mais o resultado da minha maneira de viver. Também gosto de dançar. Danço em casa, faço aula de dança, já fiz aula de circo. Faço de tudo um pouquinho, mas preciso estar sempre me movimento.
Eu incluo atividade física na minha vida muito mais porque faz bem para o espírito do que para manter o corpo. Gosto muito de caminhar, se me deixar sou capaz de chegar à Venezuela caminhando (risos) e gosto muito de correr na esteira. O meu corpo é muito mais o resultado da minha maneira de viver. Também gosto de dançar. Danço em casa, faço aula de dança, já fiz aula de circo. Faço de tudo um pouquinho, mas preciso estar sempre me movimento.
Maria conta que seus rituais de beleza são os mais simples: 'Lavar o rosto, beber muita água, dormir bem' (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Maria gosta de fazer caminhadas e correr na esteira: 'Preciso estar em movimento' (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Qual característica você mais destaca na sua personalidade?
A lealdade. O leonino é muito leal, ele tem um senso de lealdade e justiça que é muito bonito. Eu me considero assim: muito leal a todas as pessoas que se relacionam comigo.
A Bruna Marquezine também é do signo de leão e vocês até brincam com essa semelhança. A relação construída nos bastidores da novela virou uma amizade?
Nós nos chamamos de “leoa”. No meu celular não é Bruna, está gravado como “leoa”. Nós estamos numa selva, na verdade, em Paraisópolis, somos uns 20 leoninos, entre elenco e equipe, então a gente sempre brinca que é uma selva. Mas a Bruna foi um encontro muito bonito mesmo. Eu lembro que no nosso primeiro encontro, a gente foi ao cabeleireiro juntas [para o processo de caracterização das personagens da novela] e cada uma ficou no seu canto no banco de trás do carro. Depois, a gente começou a trocar uma palavra e outra. Aí, no salão o cabeleireiro perguntou se a gente já se conhecia. Eu disse: “Bom, eu conheço a Bruna desde pequena.” No caminho de volta, a gente já tinha trocado umas figurinhas, e eu perguntei: “Bruna que signo você é?” E ela falou: “Leão.” Eu disse: “Sabia!” Eu brinco que leonino fareja leonino, então foi um encontro de leoas.
A lealdade. O leonino é muito leal, ele tem um senso de lealdade e justiça que é muito bonito. Eu me considero assim: muito leal a todas as pessoas que se relacionam comigo.
A Bruna Marquezine também é do signo de leão e vocês até brincam com essa semelhança. A relação construída nos bastidores da novela virou uma amizade?
Nós nos chamamos de “leoa”. No meu celular não é Bruna, está gravado como “leoa”. Nós estamos numa selva, na verdade, em Paraisópolis, somos uns 20 leoninos, entre elenco e equipe, então a gente sempre brinca que é uma selva. Mas a Bruna foi um encontro muito bonito mesmo. Eu lembro que no nosso primeiro encontro, a gente foi ao cabeleireiro juntas [para o processo de caracterização das personagens da novela] e cada uma ficou no seu canto no banco de trás do carro. Depois, a gente começou a trocar uma palavra e outra. Aí, no salão o cabeleireiro perguntou se a gente já se conhecia. Eu disse: “Bom, eu conheço a Bruna desde pequena.” No caminho de volta, a gente já tinha trocado umas figurinhas, e eu perguntei: “Bruna que signo você é?” E ela falou: “Leão.” Eu disse: “Sabia!” Eu brinco que leonino fareja leonino, então foi um encontro de leoas.
A atriz resume a amizade com Bruna Marquezine como 'encontro de leoas' (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Em I Love Paraisópolis, Grego e Margot se tornaram um casal atendendo a um pedido do público. Como você vê essa mobilização dos fãs pela aproximação da sua personagem com o do Caio Castro?
Eu vejo de uma maneira positiva, porque é o eco ainda de um trabalho que foi há quase dois anos [Maria e Caio viveram o casal Patrícia e Michel, na novela Amor à Vida, em 2013]. Então, é muito interessante e um desafio. Mas principalmente para o Caio, por ele ter um personagem tão solidificado, que tem uma construção física, vocal, muito diferente do que foi o outro trabalho. E eu também tenho que entender a Margot dentro dessa relação. A gente batalhou para se entender e acho que a gente foi aos poucos se encontrando... E acho que esse é também um pouco do caminho da Margot e do Grego. Eles são muito diferentes, então eles também vão aos poucos se encontrando. Gosto muito desse caminho das coisas.
Eu vejo de uma maneira positiva, porque é o eco ainda de um trabalho que foi há quase dois anos [Maria e Caio viveram o casal Patrícia e Michel, na novela Amor à Vida, em 2013]. Então, é muito interessante e um desafio. Mas principalmente para o Caio, por ele ter um personagem tão solidificado, que tem uma construção física, vocal, muito diferente do que foi o outro trabalho. E eu também tenho que entender a Margot dentro dessa relação. A gente batalhou para se entender e acho que a gente foi aos poucos se encontrando... E acho que esse é também um pouco do caminho da Margot e do Grego. Eles são muito diferentes, então eles também vão aos poucos se encontrando. Gosto muito desse caminho das coisas.
Diva! Maria Casadevall encanta com desenvoltura e intimidade com a câmera (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Durante o ensaio, Maria chega a se emocionar e deixa lágrima escorrer (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Maria diz que estar sempre sorridente tem a ver com uma epifania diante da vida: 'Absurdo maravilhoso' (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Sua primeira personagem em uma novela foi um sucesso do horário nobre (Amor à Vida). Ao mesmo tempo, houve muito interesse em saber se seu envolvimento com Caio Castro, seu par romântico na trama, era real. Como foi lidar com esse interesse repentino de todos por sua vida pessoal?
Eu procuro me dedicar ao meu trabalho na televisão da mesma maneira que me dedico a um projeto no teatro, no cinema. E, independente do meio, que são muito diferentes entre eles, procuro não olhar para os lados. Acho que a televisão tem uma altura muito alta, se você foca em outra coisa que não seja o seu trabalho, seu processo, a sua dedicação, você corre o risco de ficar tonto e despencar lá de cima. É claro que o burburinho a gente ouve, mas eu continuei sempre muito focada, como eu fiz e faço em todos os outros meios em que trabalho. Então, isso não mudou praticamente nada na minha vida.
Eu procuro me dedicar ao meu trabalho na televisão da mesma maneira que me dedico a um projeto no teatro, no cinema. E, independente do meio, que são muito diferentes entre eles, procuro não olhar para os lados. Acho que a televisão tem uma altura muito alta, se você foca em outra coisa que não seja o seu trabalho, seu processo, a sua dedicação, você corre o risco de ficar tonto e despencar lá de cima. É claro que o burburinho a gente ouve, mas eu continuei sempre muito focada, como eu fiz e faço em todos os outros meios em que trabalho. Então, isso não mudou praticamente nada na minha vida.
Já sentiu sua privacidade invadida?
Não sinto, porque em momento nenhum invadiram o espaço que é meu e que eu não abro para ninguém. Então, o que invadem é realmente o que é público. O meu trabalho, a novela, está aberto, e tem algumas gavetas que se as pessoas quiserem revirar, podem revirar, eu converso, a gente fala, sobre as minhas ideias, meus projetos, a minha forma de ver a vida. Agora, o que é meu, ninguém nunca invadiu, porque eu não deixo nem que se aproximem.
Não sinto, porque em momento nenhum invadiram o espaço que é meu e que eu não abro para ninguém. Então, o que invadem é realmente o que é público. O meu trabalho, a novela, está aberto, e tem algumas gavetas que se as pessoas quiserem revirar, podem revirar, eu converso, a gente fala, sobre as minhas ideias, meus projetos, a minha forma de ver a vida. Agora, o que é meu, ninguém nunca invadiu, porque eu não deixo nem que se aproximem.
A atriz diz que não consegue ficar imune à música, que a faz muito bem (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Margot, de I Love Paraisópolis, foi a segunda personagem de Maria em novelas (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Como analisa sua trajetória como atriz até aqui?
Como a Margot é um ciclo que eu ainda não encerrei, eu ainda não consigo olhar para ela com tamanha distância. Com a Patrícia, de Amor à Vida, eu ainda estava entendendo o que era fazer televisão, então estava no olho do furacão e, não que agora não seja, mas é um pouquinho mais consciente. A Margot me trouxe um solo mais seguro, fora que ela tem uma condução dramática, que exige mais de mim. Ela passa por situações que são muito interessantes para uma atriz, a maternidade e um amor que termina. Eu acho lindo esse caminho.
Como a Margot é um ciclo que eu ainda não encerrei, eu ainda não consigo olhar para ela com tamanha distância. Com a Patrícia, de Amor à Vida, eu ainda estava entendendo o que era fazer televisão, então estava no olho do furacão e, não que agora não seja, mas é um pouquinho mais consciente. A Margot me trouxe um solo mais seguro, fora que ela tem uma condução dramática, que exige mais de mim. Ela passa por situações que são muito interessantes para uma atriz, a maternidade e um amor que termina. Eu acho lindo esse caminho.
A atriz conta que Margot trouxe a ela um solo mais seguro para atuação na TV (Foto: Raphael Dias/Gshow)
O que mais gosta de fazer em um day off?
Gosto de fazer um pacto com a casa. De sair por aí caminhando, estar com os meus bichos, cachorro, gato, encontrar amigos, ir a um café, ler um livro, caminhar ouvindo música, escrever... Ah, e eu tô aprendendo a tocar violão! Eu me dei de aniversário e ele se chama João. A gente faz uma dupla João e Maria (risos).
Gosto de fazer um pacto com a casa. De sair por aí caminhando, estar com os meus bichos, cachorro, gato, encontrar amigos, ir a um café, ler um livro, caminhar ouvindo música, escrever... Ah, e eu tô aprendendo a tocar violão! Eu me dei de aniversário e ele se chama João. A gente faz uma dupla João e Maria (risos).
Como você se imagina daqui a 10 anos?
Não consigo me imaginar nem daqui uma semana. Não tenho a menor ideia.
Não consigo me imaginar nem daqui uma semana. Não tenho a menor ideia.
Simples, despojada de vaidades e sensível, Maria sorri para a vida e se encanta com as poesias do cotidiano (Foto: Raphael Dias/Gshow)
Fotos: Raphael Dias
Produção: Tatiana Félix
Caracterização: Marcelo Dias
Produção de moda: Labibe Simão
Assistente de figurino: Patrícia Marinho
Making of: Paulo Gonçalves
Agradecimentos: Confeitaria Colombo
Produção: Tatiana Félix
Caracterização: Marcelo Dias
Produção de moda: Labibe Simão
Assistente de figurino: Patrícia Marinho
Making of: Paulo Gonçalves
Agradecimentos: Confeitaria Colombo