Article 17

A cidade fictícia de Belarrosa, onde se passa a maior parte da segunda fase de Além do Tempo, novela das seis da Globo, parece abraçar quem chega. E essa sensação de aconchego tem relação importante com a decoração usada na maioria dos ambientes, com objetos, móveis e painéis feitos de madeira.

“Além de passar a sensação de conforto, usar madeira na estrutura da casa e na decoração aproxima o ambiente da natureza”, revela a arquiteta Elaine Ribeiro, especialista em compor ambientes com estrutura e decoração em madeira.

Na primeira fase da trama, passada no século 19, a madeira também esteve presente, mas em formas mais rústicas e carregadas, bem ao estilo colonial da época. E a comparação entre as duas metades da novela mostra como o jeito de usar o material na decoração mudou e se modernizou.

“Madeiras em tons mais claros estão em alta, aqueles tons que se aproximam mais da cor natural da matéria prima. Deixa a casa com um aspecto mais natural e elegante”, afirma a arquiteta. Por isso, os tons amarelos ganharam espaço, como é o caso do bambu, e os avermelhados foram deixados de lado. “Antes, usávamos verniz para escurecer o tom da madeira e o mogno, que é mais vermelho, era muito usado”, lembra.

Móveis com formatos rústicos, no entanto, ainda são indicados pelos profissionais ligados em tendência, mas a dica é procurar suavizar com itens coloridos da decoração, como almofadas e tapetes. O conselho vale também para ambientes com muitas peças em madeira, como pisos, painéis e móveis, ao mesmo tempo. Ter pontos de cor quebra a predominância do material e dá charme.

No cenário da lojinha da vinícola Campobello, em Além do Tempo, a dureza da madeira foi suavizada com a pintura em cor vinho do balcão. Apesar de também ser de madeira, a peça ganhou destaque e harmonizou com as outras de cor natural. No mesmo ambiente, há também a presença da madeira de tom amarelado, no forro, que deixou o local rústico, mas com leveza.

Outra sugestão para não errar é usar um aspecto comum em todos os itens em madeira e variar, por exemplo, na textura para chamar a atenção para um deles. “Procuro uniformizar os tons, utilizar em média uns três tipos de madeira e eleger algo para destacar. Posso valorizar uma parede utilizando um painel como uma textura diferente e uma tonalidade acima, ou usar a mesma lógica para destacar um móvel”, explica Elaine Ribeiro.