Caio Castro e Caroline Abras apresentam a cidade cenográfica de ‘I love Paraisópolis’, uma das maiores já construídas pela Globo
Mais de 400km separam a comunidade real de Paraisópolis, localizada em São Paulo, da cidade cenográfica que reproduz a favela no Projac, no Rio. Apesar da distância, é possível se confundir e não saber em qual delas se está de fato. Essa sensação é constante quando se anda pelos becos e vielas construídos pela equipe de cenografia da novela das sete. Erguida sobre o que era um grande estacionamento, a cidade fictícia de “I love Paraisópolis” divide muro com casas vizinhas ao complexo de estúdios da Globo. Quem visita o local pela primeira vez não sabe distinguir o que é de mentira e o que é de verdade. Para facilitar essa tarefa, o Sessão Extra foi recepcionado por Caio Castro e Caroline Abras, respectivamente Grego e Ximena do folhetim, os verdadeiros donos da quebrada, para um passeio pelo local.
— Eles reproduziram com muita fidelidade a comunidade. Nós, atores, nem precisamos usar tanto o imaginário. É a vida acontecendo. As cenas internas são gravadas aqui mesmo. Você entra por uma porta e não precisa cortar e finalizar no estúdio. Existe uma continuidade. Isso ajuda muito na composição do personagem — explica Carol.
Interpretando o bandidão da comunidade, Caio Castro fez questão de acompanhar de perto a construção da cidade, que durou três meses.
— Eu queria saber o que estava acontecendo desde o início. Esse espaço aqui não era nada. Fizeram um milagre. Quando vim pela primeira vez, só tinha terra — conta Caio, que emenda: — Não tenho cenário nenhum do Grego em estúdio. Gravo tudo na cidade. É até gozado porque quem vem gravar aqui, dos outros núcleos, olha para a gente e fala quase como pedindo permissão: “Opa, estou entrando” (risos).
A equipe de cenografia formada por Mario Monteiro, Maurício Rohlfs e Marcelo Carneiro caprichou nos detalhes. A Paraisópolis da ficção abriga 18 núcleos que servem de ponto para gravação externa e interna. São casas decoradas com móveis de verdade, bares, escola, academia, tudo pensado para o maior aproveitamento da história.
— A cidade cenográfica é muito importante, tanto para nós quanto para quem assiste. Geralmente, em novelas, nós temos uma relação de 30% de cenas gravadas em externas e 70% em estúdio. Nessa trama específica, esse número fica quase meio a meio. Na verdade, tenho 60% gravado na cidade e 40% em estúdio. Isso dá uma vida fantástica à cena, com uma diversidade de cores e emoções — diz o diretor de núcleo Wolf Maya.
O cuidado da produção de arte de Moa Batsow é um show à parte. Andando pelas ruas é possível encontrar cartazes de publicidade espalhados pelos postes e muros. Na confeitaria de Paulucha (Fabiula Nascimento), doces de mentirinha decoram o espaço. O mesmo acontece com os frangos vendidos na porta da Lindorela. O desmanche do Grego usa e abusa de peças de carros de verdade e objetos de oficina. Tem até revistas com mulheres em poses sensuais.
— Começamos a visitar Paraisópolis em outubro de 2014. Fizemos várias idas ao local para estudar o ambiente. Reproduzimos as principais características de lá: o grafite, o colorido das casas, o comércio local e a grande movimentação de pessoas. Nossa maior preocupação é conseguir ter a maior veracidade possível — explica o diretor geral , Carlos Araújo.
Um dos lugares mais interessantes da cidade é um mirante, com vista de todo o local. Feito de peças variadas como louças, controle remoto, vidros de perfume e bonecos, o espaço é inspirado no trabalho do artista plástico de Paraisópolis, Estevão Silva da Conceição, conhecido como o Gaudí brasileiro (uma referência ao famoso arquiteto espanhol). Ali, só é permitida a entrada de três pessoas por vez. Diante de tanto detalhamento, Caio Castro arrisca:
— Ficou bom, né?
fonte: http://extra.globo.com
INFO HOUSE
Av. Dom Pedro II, 103 fone 3271 1770