Casada há 43 anos, Irene Ravache fala sobre mudanças na relação: ‘Não temos o mesmo repertório sexual, mas temos cumplicidade’
Quarenta e três anos depois, Edson Paes Mello ainda abre a porta do carro para Irene Ravache entrar mesmo quando os dois estão sozinhos. Em entrevista à revista “Contigo!”, a atriz disse que continua encantada pelo marido. “Temos uma convivência muito boa porque temos coisas que ajudam, como o humor. Não posso me imaginar com uma pessoa que não ria de si própria, que não tenha humor”.
Com tanto tempo juntos, é natural que a relação caia na rotina, mas Ravache garante que isso não é um problema. “Temos rotina, mas que, inclusive, é muito gostosa! E adoramos viajar”, contou ela, acrescentando que, após tantos anos, a relação se transforma. “Não temos hoje o repertório sensual e sexual de quando nos conhecemos. Mesmo porque estaríamos mortos! Temos cumplicidade e nunca esquecemos que somos marido e mulher”.
Irene Ravache disse ainda que não suporta mau humor, e que até recusaria um papel caso tivesse problemas com a equipe: “Se eu tiver que trabalhar com uma pessoa insuportável, vou dizer "não" com tranquilidade. Com a idade que tenho, minha fita métrica é curta, não posso ficar trabalhando numa chateação”.
E a idade, que trouxe sabedoria para fazer escolhas, está longe de ser um problema para a atriz. “Sou uma senhora de 71 anos. Às vezes, tenho uma energia mais nova e em outras situações fico mais velhinha. Qual o problema? Um velho nada mais é que alguém que viveu mais”, comentou. E ela ainda quer viver muito: “Não paro de pensar na finutude. Se fizer isso, fico muito mal, mas às vezes, o pensamento vem e eu fico com muita bronca! Ah, não quero morrer agora, não! Tenho uma neta que vai nascer ano que vem, quero voltar a viajar, ver Paris e tantas outras coisas“.
Se por um lado ela pensa em viagens, por outro a atriz conta que não gosta mais de se arrumar e usar salto alto em eventos. “Ter de me arrumar, fazer maquiagem, chegar ao lugar e posar para foto é algo penoso. Já usei salto 15, roupa curta e decotes vertiginosos. Agora, eu quero ficar de moletom! É a idade do conforto. Aliás, se eu pudesse ir nestes lugares de tênis e moletom, eu iria”, diverte-se a atriz.
Realizada no casamento e na profissão, Irene Ravache tem apenas um arrependimento: a dedicação exagerada ao trabalho no início da carreira. “Se eu pudesse voltar no tempo não trabalharia tanto e me dedicaria mais aos meus filhos (Hiran, 50, e Juliano, 42). Tenho certeza de que faltei como mãe. Perdi a infância dos meus filhos. Trabalhei muito isso na terapia, mas até hoje olho com olhar comprido e invejoso as mulheres que acompanham seus filhos de perto. Isso é muito gostoso”, lamenta.
fonte: http://extra.globo.com