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Channel: Edmilson Gomes
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Poucas mulheres na TV Globo já exerceram tantas funções no vídeo como Patrícia Poeta. De moça do tempo a repórter de rua, passando pela apresentação do ‘SPTV’, do ‘Fantástico’ mas sem esquecer dos anos como correspondente em Nova York. Patrícia chegou ao posto mais cobiçado no jornalismo televisivo nacional, como editora-executiva e âncora do ‘JN’, e lá ficou por apenas três anos. Na entrevista de hoje, Poeta conta por que quis sair da bancada e fala do preconceito por ser bonita e casada com um poderoso executivo da emissora.

Foto: Fernando Torquatto








Foto: Fernando Torquatto

Como que você está avaliando esse seu momento lá no ‘É de Casa’?
Eu estou adorando, Leo! Era uma coisa que eu queria fazer há muito tempo. Nunca escondi isso. Meus amigos mais próximos sempre souberam. Cada sábado é uma aventura e cada semana é um aprendizado. É prazeroso trabalhar no programa e diferente porque fiquei 17 anos no jornalismo. Dois anos na Band e 15 anos de Globo.
Então você sempre quis fazer entretenimento?
Durante um tempo, sim. Quando eu morava em Nova York, pedi para parar de trabalhar como correspondente por um período para poder estudar cinema.
Eu sei que você fez pós-graduação em cinema.
Fiz pós-graduação lá. Era uma forma de tentar fazer outras coisas. Lá, eu criei uma certa coragem, porque fui para Nova York para ficar dois anos e acabei ficando cinco anos. Na época, eu falei com (o diretor geral da Globo, Carlos Henrique) Schroeder. Então estudei e depois decidi voltar. Foi ótimo porque a gente fazia vários curtas. Eu roteirizava, fazia direção, criava… Umas das coisas que eu queria indo para o Projac era poder criar! Quando voltei para o Brasil, eu consegui fazer um pouco disso no ‘Fantástico’, mas era uma mistura: eu ainda estava no jornalismo com entretenimento. Para mim está sendo muito bacana a experiência porque já no quinto mês somos líderes de audiência.
Mas a Globo não era líder de audiência nesse horário com os desenhos?
A intenção era começar a se voltar para o público adulto. Na verdade, era fazer um programa para a família toda.
Mas ao mesmo tempo tem jornalismo, não é? Vocês cobriram os atentados terroristas em Paris. Tem uma série que você faz que você não está com uma equipe: está com o celular. É isso mesmo?
A ideia é essa: visitar a casa das pessoas sem toda aquela equipe. Uso uma câmera minúscula, a GoPro, e sinto que as pessoas ficam mais soltas. Eu adorei esse quadro. Achei os depoimentos bem sinceros. A gente tem variado o leque de assuntos. Gosto de entrar nas casas das pessoas e conversar porque elas são muito espontâneas. Agora, eu fiz uma matéria sobre marmita. É uma dona de casa que é cozinheira e resolveu abrir seu próprio negócio. Ela começou a fazer marmitas e a família toda entrou nessa: um entrega, o outro atende o telefone, o outro monta a marmita… Eu fiquei a manhã toda vendo quem fazia o que e foi muito divertido, porque vimos também o relacionamento deles! O dono da casa mesmo não fazia nada!
Seu contrato está na área de jornalismo ou de entretenimento?
Estou no entretenimento.
Então você pode fazer publicidade?
Posso! Tanto é que eu já fiz. Fiz a do detergente Ypê.
Você recusa muitas propostas?
Recuso, porque eu não fui para o entretenimento para fazer comercial. Fui para realizar um sonho. Comercial só se fosse de um produto que eu gostasse, ou que o comercial tivesse a ver comigo. Recebi várias propostas, mas na verdade, as pessoas não sabem que você não pode fazer comerciais trabalhando no jornalismo. Eu recebia muitas quando estava no ‘Fantástico’, no ‘Jornal Nacional’. Depois que eu saí do ‘JN’, recebi várias. Mas eu fechei uma, que é com a Ypê porque fala de sustentabilidade, que é uma coisa que eu prezo.
Quero aproveitar esse momento para falar de coisas que saíram na mídia e que você não se posicionou. Sua saída do ‘Jornal Nacional’, por exemplo. Falou-se de brigas com o William Bonner, que não estaria satisfeito com você. O que aconteceu?
Imagina! A minha saída do ‘Jornal Nacional’ foi exatamente por conta desse meu desejo antigo. Eu estava no ‘Fantástico’ há cinco anos e fazia informação com entretenimento que tinha tudo a ver comigo. A Fátima (Bernardes) foi realizar o sonho dela e eu assumi o ‘Jornal Nacional’. Quando completei três anos no ‘JN’, achei que já estava na hora de sair. Foi difícil, mas foi uma decisão de vida. Deixei o ‘Jornal Nacional’ para buscar a minha essência.
Como assim sua essência?
Ou eu vivia fazendo aquilo que eu já estava fazendo por três anos e provavelmente faria por mais 20 anos, ou eu recomeçava do zero, me reinventava e fazia uma coisa que eu sempre tive vontade de fazer. Mas é difícil largar uma coisa que você conquistou. Como explicar isso para as pessoas? Muitos sonham com isso. Minha vida sempre foi de ciclos: eu tinha um programa na Band do Rio Grande do Sul. Quando eu completei dois anos na faculdade, vi que os outros estagiários estavam me tendo como exemplo. Então eu falei: “Está errado! Eu tenho 20 anos”. Aí eu peguei minha fita fiz teste no Rio e em São Paulo para ser a moça do tempo. Fui chamada para duas emissoras: Record e Globo. Comecei a trabalhar como moça do tempo no horário da madrugada da Globo, em São Paulo. Depois eu comecei a apresentar o ‘SPTV’ e fui moça do tempo no ‘Jornal Hoje’. Quando eu era moça do tempo, já pedia para sair para fazer matéria sobre economia para o ‘Bom dia Brasil’. Nunca fui de me acomodar numa coisa. Em Nova York, fazia a correspondência, apresentava as notícias internacionais para o ‘Fantástico’, cobria o Oscar, fazia matéria para o ‘Jornal da Globo’, mas eu queria aprender, queria fazer… Eu assumi o ‘Fantástico’, comecei a fazer entrevista e fui conhecendo a galera do Projac. Quando eu estava no ‘JN’, eu quis cobrir a Copa do Mundo. Precisava fazer? Não! Mas eu quis! A internet é maravilhosa em muitas coisas, mas a pessoa larga um boato lá e aquele boato vira verdade.
Substituir a Fátima Bernardes no ‘Jornal Nacional’ não é nada fácil, né?
Não é, mas eu adorei. Levo tudo como um aprendizado.
A entrevista com os presidenciáveis pesou nessa sua decisão?
Claro que não! As nossas entrevistas com os candidatos à presidência foram elogiadíssimas, inclusive pelo jornal ‘Folha de São Paulo’. Foi um mês de muito trabalho porque você não pode pegar leve com ninguém e tem que estar muito bem informada. Eu ligo para o arquivo da TV e peço as minhas pesquisas. Não é chegar lá e fazer de qualquer jeito. O candidato não podia enganar ninguém, então eu fazia a pergunta, a réplica e a tréplica para que o telespectador tivesse todas as informações e não escapasse nada.
Qual é o seu nível de vaidade?
Não sou vaidosa, não. Sou muito ligada em saúde. Como a gente trabalha com vídeo, a imagem é importante e a gente tem que se cuidar, fazer uma maquiagem boa para o pessoal que está em casa… Mas não sou extremamente vaidosa. Fiz uma dieta nesses meses e perdi alguns quilos. Parei de comer doce, comecei a ingerir pouco carboidrato e funcionou.
Como você vê esse momento político do país? Você é a favor do impeachment?
Prefiro não falar porque as pessoas acabam confundindo. Podem achar que a minha opinião é a posição da Globo. O país passa por um momento agitado, mas a gente vai sair melhor dessa.
O que mais te irrita? O preconceito com a sua beleza? Ou o fato de você ser casada há 14 anos com o (diretor geral de programação) Amaury Soares?
Eu não me acho bonita. Me acho normal. Em 15 anos de TV Globo, eu trabalhei apenas um ano com o Amaury. E a gente tinha um pacto em casa, que era não falar de trabalho. Não trabalho na área dele, nem trabalho no mesmo prédio que ele há anos! Meus chefes todos foram outros. No passado, quem me deu oportunidades foram o Ali Kamel e o Carlos Henrique Schroeder. Em Nova York, era o César Seabra. Admiro muito o Amaury como profissional, até gostaria de trabalhar com ele. Quem sabe em outra plataforma?
Léo Dias
fonte:http://blogs.odia.ig.com.br


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