Nova novela das seis, 'Êta mundo bom' tem o mundo caipira como pano de fundo, além de romance, vilania e pitadas de humor
São Paulo, década de 1940. Tanto o interior quanto a capital do estado são os cenários que Candinho, personagem de Sérgio Guizé, vai percorrer e nos quais vai cruzar com as outras figuras que contam a história de “Êta mundo bom!”. Segundo o autor da novela das seis, Walcyr Carrasco, a narrativa, que estreia nesta segunda-feira, mergulha em romance, bom humor e, principalmente, esperança:
— Candinho traz um sopro de otimismo para as pessoas. Quero que os espectadores assistam à novela e terminem o capítulo com um sorriso de felicidade. O protagonista sempre fala uma frase de que eu gosto muito: “Tudo que acontece de ruim é pra ‘meiorá’ a vida da gente”. É tão legal quando o olhar para a vida é positivo!
Walcyr se inspirou no livro “Cândido”, de Voltaire, e no filme “Candinho” (1954), protagonizado por Amácio Mazzaropi e também baseado no clássico francês, para criar sua novela. O retorno do escritor ao horário das seis acontece quatro meses após seu mais recente sucesso na TV, a novela “Verdades secretas”, que foi ao ar às 23h. Ao receber da emissora a missão de contar a trama protagonizada por Angel (Camila Queiroz), Carolina (Drica Moraes) e Alex (Rodrigo Lombardi), Walcyr fez duas exigências: retornar ao horário das seis o mais rápido possível e que a narrativa fosse dirigida por Jorge Fernando, com quem trabalhara em outras quatro novelas. Argumento aceito.
— Jorge Fernando é delicado e preciso. Sabe dirigir atores — elogia Walcyr.
Sucesso à vista
O diretor, por sua vez, se diz contagiado pela atmosfera interiorana da trama e destaca que “Êta mundo bom!” tem tudo o que uma boa novela precisa para fazer sucesso.
— Estou lidando com um tema em que eu acredito, que é o otimismo. Ainda mais num ambiente de época, em que a gente utiliza recursos tão agradáveis, que não se aplicam muito hoje em dia, como por exemplo as cartas. O texto tem muito “por favor”, “com licença” e “obrigado”. É um cotidiano simples, com muitas histórias de amor, vilanias e comédia com tom caipira — pontua Jorge Fernando.
Com todos esses elementos reunidos, a saga de Candinho começa quando ele é separado da mãe. Anastácia, vivida por Nathalia Dill na primeira fase, é solteira e tem seu filho arrancado dos braços pelo pai, o barão de Goytacazes (Celso Frateschi), logo após o nascimento do bebê. A partir daí, muita coisa acontece na vida dela, que na segunda fase é vivida por Eliane Giardini.
— Anastácia não pôde ficar com o filho e se casou com um homem que ela não amava. Mas não ficou amarga. Ela tem até um certo humor — afirma Eliane Giardini.
Enquanto Anastácia grita de dor, pelo parto e pela separação, a criança é colocada dentro de um cesto e jogada num rio. Levada pela correnteza, o pequeno vai parar na fazenda do casal Quinzinho (Ary Fontoura) e Cunegundes (Elizabeth Savalla). Na pele do jeca, Guizé promete envolver o público com cenas de muito romance e comédia genuína.
— Candinho tem muito da minha identidade artística. Por conta do personagem, revi muitas produções do Mazzaropi. Estou muito feliz de estar em contato com o mundo dele. Gosto desse universo doce — conta Guizé.
Parcerias em cena
Se as histórias mais engraçadas da vida do protagonista serão compartilhadas com Pirulito (JP Rufino) e com o burro Policarpo, as de romance serão ao lado da linda morena Filomena (Débora Nascimento), filha do casal que criou o caipira. Ao mesmo tempo que ela o ama, tem uma relação mal resolvida com o possessivo Ernesto (Eriberto Leão).
— Filó é uma doce menina-mulher. Ela acredita na palavra das pessoas, é romântica que só. Eu me pareço com ela nesse aspecto. Gosto de bilhetes, flores, de carinho — confessa Débora que, escalada para ser a mocinha do elenco composto por 42 atores, comemora: — Eles enxergaram a Filomena em mim!
O romance entre Candinho e Filomena, no entanto, não é bem visto pela família dela e, já no primeiro beijo, os dois são flagrados. Expulso, o caipira vai para São Paulo, orientado por professor Pancrácio (Marco Nanini). Na capital, os dois vão protagonizar emocionantes histórias, promete o veterano ator, que interpretará várias personalidades num só:
— Esse personagem é adorável! O elenco é amoro e talentoso. Isso já é 80% do trabalho.
Saiba quem é quem na novela:
Entre uma cidade do interior paulista e uma São Paulo que ainda se firma como o centro cosmopolita do país, histórias de amor, intrigas e descobertas se descortinarão com leveza e humor, numa pegada caipira parecida com “O cravo e a rosa” (2000), do mesmo autor. Tudo se passa na década de 1940 .
Quinzinho ( Ary Fontoura ) e Cunegundes ( Elizabeth Savalla ) são casados e criaram Candinho
Mafalda (Camila Queiroz) é filha de Cunegundes e Quinzinho. Romântica e ingênua, ela se apaixona por Romeu (Kleber Toledo).
Maria (Bianca Bin) descobre que está grávida e perde o namorado ao mesmo tempo. O pai Severeo (Tarcísio Filho) expulsa ela de casa
Anastácia é a mãe biológica de Candinho, de quem foi obrigada a se separar no nascimento. Milionária, herdou a fábrica de sabontes do marido. Ao descobrir que o filho está vivo, ela vai tentar encontrá-lo a todo custo
Celso (rainer Cadete) é irmão da malvada Sandra (Flavia Alessandra) e sobrinho de Anastácia. É manipulado pela irmã e maltrata Maria
Gerusa (Giovanna Grigio) e Osório (Arthur Aguiar) se conhecem e logo se apaixonam. Ele é hóspede da pensão de Camélia (Ana Lúcia Torre), avó da menina
Apesar da amabilidade da foto, Guilhermina Guinle viverá Ilde, uma mulher que maltrada o enteado Claudio (Xande Valois)
Camélia (Ana Lúcia Torre) é dona da pensão onde Candinho vai morar quando chega em São Paulo. Ela é bondosa, mas não perdoa dívidas
fonte: http://extra.globo.com