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Channel: Edmilson Gomes
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O MOTE esta entrevista com Preta Gil é aproveitar o grande momento profissional dela que acontece todo ano: seu bloco de Carnaval, que desfila no dia 31 de janeiro, próximo domingo, na Primeiro de Março. O Carnaval de rua do Rio mudou depois da entrada da Preta no circuito. Ela conseguiu incluir na folia carioca um bloco puxado por uma única pessoa, algo que só tinha na Bahia, e que a Prefeitura do Rio relutava em aceitar. Vamos falar de tu-do nessa entrevista, inclusive, do bloco. Com vocês, a exageradamente inteligente Preta Gil.
Foto: Fernando Torquatto
Foto: Fernando Torquatto
Com o tempo, eu como fã, fui percebendo que a Preta do palco é uma e a Preta do contato com as pessoas é outra. Você encarna um personagem mais liberal sob os holofotes. Acho que, por exemplo, no seu dia a dia, você não fala os palavrões que fala no palco, nem é tão liberal quanto parece. Estou certo?
Tá certíssimo! O que é ser liberal? Andar pelada pelo corredor do prédio, falando palavrões? É isso que se imagina? Sou normal, todo artista leva ao palco uma faceta de sua personalidade artística, ou você acha que o Michael Jackson fazia ‘Moonwalk’ no banheiro, a Madonna simulava masturbação e andava com sutiãs de cone no sofá de casa? Tenho momentos de dor e alegria, de medo e coragem, de sono e euforia, sinto cólicas, sirvo a mesa. Sou uma mãe de família, agora avó, uma cidadã casada e olha que quem convive comigo sabe muito bem que minha casa não é nenhum pouco dessas casas de anúncio de margarina.
Com o tempo você acha que foi ficando mais conservadora?
A gente muda, né? A gente evolui. Teve uma época que eu brincava de elástico, patinava no play, colecionava papel de carta, em outra eu fui à luta, fui trabalhar como produtora e queria ganhar concorrências, tive minha fase ‘pegadora’, já assaltei geladeira de noite, já cortei meu cartão de crédito de tanto gastar mas a gente aprende, a gente cresce.
Colocar um bloco de Carnaval na rua é caro, sai por uns R$ 200 mil. Como é a logística do seu? Todos esses custos são seus? O que seus patrocinadores ganham em troca ?
Não falo de dinheiro, esse papo de grana é chato. O processo é gradativo, somente recentemente o Carnaval de rua do Rio passou a atrair as grandes marcas, nós continuamos a investir no bloco, os valores são altos, mas invisto com prazer. Posso te dizer é que nosso bloco tem tudo o que merece para sair lindão, o melhor som, brindes, ambulância, etc. Mas sem querer fugir do tema, é um bloco milionário e arrasta um milhão de pessoas sorrindo, brincando, pulando e sendo feliz, esquecendo da crise por algumas horas.
Qual o retorno de ter um bloco? Mídia ? Popularidade ? Status?
É uma realização, uma plenitude, uma alegria e principalmente o exercício de expressão da minha arte ou o que considero ser meu dom, o de entreter e alegrar. Essa trinca de coisas que você citou é consequência de mais de dez anos de trabalho. Ralo muito, durmo pouco, esfolo meu joelho, dou duro para exercer meu ofício e não sou diferente de cada trabalhador desse Brasil.
O seu bloco de Carnaval é seu momento mais feliz do ano?
Profissionalmente sim e pessoalmente foi ver a minha neta nascer, a cuidar dela lá em casa, tentar ler seus pensamentos. Isso sim é a plenitude, a grande alegria. Amo trocar fraldas e estou bem inclinada a ter um novo filho e poder vê-lo crescer e me dar alegrias como o Francisco me deu e me dá.
O funk faz parte do repertório da maior parte do seu público. Por que você não canta tanto funk no seu show?
Canto funk sim, mas não sou funkeira, canto axé, sertanejo, MPB, forró, canto o que o povo quer, eu canto o Brasil. Adoro, ouço, faço parte, mas não pertenço a um nicho só e talvez seja por isso que quem ‘vê de fora’ muitas vezes não entenda que meu barato é ser pan, multi, tutti frutti. Sou filha da Tropicália de certa forma.
Há uma impressão de que artista no Brasil não sabe ouvir crítica negativa e leva sempre pro pessoal. Sites americanos criticam e até ofendem os artistas por lá, enquanto aqui a mídia é mais ‘contemplativa’. Você concorda?
Cara, tudo tem um limite e o equilíbrio é sempre bom, não precisa ser a ferro e fogo, não precisa tripudiar, nem ser escroto para se fazer uma crítica que tem a intenção de emitir uma opinião pessoal. Não vou chegar na minha rede social ou dizer em meu palco que fulano é ‘brocha’ ou ‘chifrudo’, pra quê? Não sei quanto aos americanos, nem tenho interesse em saber, mas sei o que é levar pedradas gratuitamente. Fiz meu casamento, paguei como pude e vem alguém que simplesmente inventa que o dinheiro veio de políticos ou de órgãos do governo, isso não é crítica, isso é calúnia, difamação e maldade. Eu tô lá feliz da vida chegando em minha lua de mel e tem um babaca com uma teoria afirmando o que não sabe, me tacando pedra pra aparecer.
A Anitta certa vez me disse que fatura mais no mundo virtual do que com o real. E você? De que maneira fatura com a sua força na internet?
Lá vem você com esse papo de grana, eu tenho uma fábrica de esmaltes, invisto meu dinheiro em novos negócios, estou na capa da revistinha da ‘Hermes’ que é um catálogo físico que existe há anos para vendedoras porta a porta, faço sim posts patrocinados e sei de blogueiros que ganham muito mais que eu e a Anitta juntas, mérito deles, ganho mesmo com meus shows e estou criando uma série de produtos, eu me viro, trabalho honesto. Tem gente que lava dinheiro, desvia verbas, vende influência em troca de grana, eu tenho em mim a cigarra e a formiga, não paro de trabalhar. Tenho uma família para cuidar como muitas mulheres, não sou diferente.
Seu marido é exageradamente bonito. Recentemente, um episódio envolvendo Ivete de olho no marido virou notícia. Primeiro, o que você achou da atitude dela e segundo, já passou por algo parecido ?
Não exagera, Leo, senão eu vou ficar exageradamente com ciúmes, kkkk. Ivete fez o que toda mulher faria, mas quem a conhece sabe que é uma brincadeira. Rodrigo e eu temos uma relação equilibrada, dou a ele vários ‘vale nights’ quando não quero ou não posso sair, assim como ele me pede pra ficar em casa quando não há um motivo real pra sair de casa. Mas ele e eu temos um chip, desses que colocam em cachorros para não se perderem dos donos, nos monitoramos por GPS, a lôka…tô brincando.
Você está com 41 anos e diz que pretende ser mãe novamente. A maternidade é linda, mas tem um preço alto para a mulher. Põe isso na balança?
Sou dessas que quando quero uma coisa, luto por aquilo, nada para mim chegou de mão beijada. Trabalho desde os meus 16 anos, posso criar uma criança, e vou trabalhar pelos meus sonhos. Quero que venha quando e se tiver que vir, ter filho é uma grande responsabilidade, mas quero repetir a dose, estamos treinando para as Olimpíadas (risos).
Você mexe no celular do seu marido? Ele mexe no seu? Você tem as senhas das redes sociais dele?
Se quisermos mexer, não há problema algum com isso. Mas existe a tal confiança, importante entre os casais que se amam. Traição está na mesma balança da fidelidade, cabe a cada um de nós saber onde colocar mais peso.
Você talvez tenha a rede de amigos mais poderosa do Brasil, que vai de Ivete Sangalo a Luciano Huck. Parte boa de ser desta panelinha, a gente já imagina, mas tem alguma parte ruim viver cercada de tanta gente muito famosa?
Leo, eu nasci no meio de gente famosa, quando sua madrinha é a Gal Costa e seu tio é o Caetano Veloso. Se eu tivesse nascido em uma família de médicos nem precisaria de plano de saúde, se fosse numa família de circo, seria amiga dos filhos de trapezistas. A panela é grande, um caldeirão, mas a sopa é boa e o caldo não azedou. Amo meus amigos e tenho muitos e verdadeiros e tenho muitos conhecidos.
Seu pai foi ministro da Cultura do Governo Lula. Muitos defensores do PT hoje se veem decepcionados com os escândalos políticos. Você votou no PT? Já lhe ofereceram alguma candidatura política?
Nunca votei no PT. Sou Marina! Nunca pensei em seguir uma carreira política, mas nunca digo nunca. Se eu tiver algo tão forte dentro de mim como a música e que me faça trabalhar na política eu faria e levaria a sério. Mas tomei tanta porrada da ‘oposição’ que hoje não seria da política em sã consciência, ainda mais nessa conjuntura atual. Não quero falar de partidos, quero falar de Bloco da Preta, esse é meu partido, lá a gente divide amor e alegria e se cada um que for lá chegar em casa feliz eu estarei realizada. Meu partido é o do não preconceito, o da igualdade de direitos, o da justiça social. Aliás, este ano, teremos Gilberto Gil fazendo o que melhor sabe fazer: cantando. E Nego do Borel deixando tudo mais louco e divertido. Você vai perder?? Eu não! Vamos, Leo! Canto funk para você e te apresento alguém exageradamente bonito, você tá bem na foto.
fonte:http://blogs.odia.ig.com.br/leodias

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