Cenógrafos revelam curiosidades dos ambientes de gravação da novela ‘Êta mundo bom!’
Ainda havia resquícios do colorido cenário de “Meu pedacinho de chão” (2014) sobre uma área verde e arborizada, quando Eliane Heringer e José Claudio Ferreira desbravaram um dos tantos terrenos do Projac. Em cinco meses, a dupla de cenógrafos varreu a terra, levantou poeira e ergueu, finalmente, a fazenda da família de Cunegundes (Elizabeth Savalla) em “Êta mundo bom!”. A sujeira foi grande. Obras terminadas, os dois olharam em volta, aliviados com o cumprimento do prazo, mas logo perceberam um problema: além da grama, todas as plantas haviam morrido. O espaço já não era mais colorido. Tampouco apresentável a alguém.
— Deu vontade de chorar e ir embora, de tanta raiva. O capim inteiro tinha virado barro. Para o replantio, precisamos lançar 25 quilos de alpiste em todo o solo. Aí, sim, os brotos e a penugem verde voltaram — conta Ferreira.
Semanas depois, os profissionais transportaram árvores para o lugar. Hoje, passada a turbulência das construções, pés de amora, acerola, banana e limão imperam entre plantações de cana-de-açúcar e aipim. Para completar a bucólica paisagem — improvável em tão poucos metros da confusa Estrada dos Bandeirantes, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio —, cupinzeiros e casas de João-de-Barro cenográficos figuram ao redor do casarão antigo, de um forno a lenha e de um galinheiro. Tudo parece real. Mas cada ínfimo detalhe tem importância crucial, como num quebra-cabeça, em que a imagem certa é formada apenas quando todas as peças se encaixam.
— Nosso trabalho é assim. A gente vai do macro ao micro, das plantas arquitetônicas à escolha de interruptores, por exemplo. Com a fazenda, fomos do desenho da área, da definição da proporção dos espaços e da escolha do paisagismo até a compra de maçanetas, dobradiças e torneiras — explica Eliane: — Novela dá trabalho até o último capítulo. A diferença é que, no início, precisamos de um exército para poder levantá-la.
Na atual trama de Walcyr Carrasco, que tem como pano de fundo uma cosmopolita São Paulo do final da década de 1940, há ainda um agravante para as recorrentes dificuldades: num folhetim de época, quaisquer objetos ou edificações, sem exceções, são inseridos no espaço após meses de pesquisa.
— Em tramas contemporâneas, se preciso urgentemente de um interruptor, pego o carro e vou a qualquer loja da Barra. Em novela de época, se não planejo bem e esqueço de um objeto, não o encontro de uma hora para outra. Esqueceu uma torneira? Não tem! Por isso, tem que haver planejamento — ressalta Ferreira: — Para se ter noção, as fechaduras da fazenda foram encomendadas de um serralheiro especializado em restauração, em Tiradentes (MG).
O cenógrafo forma uma dupla profissional com Eliane há 25 anos na Globo. Não é a primeira vez que eles levantam o Centro de São Paulo em pleno Rio de Janeiro. Os dois já erigiram cidades cenográficas de produções marcantes, como “Força de um desejo” e “Chiquinha Gonzaga” (ambos de 1999), “Chocolate com pimenta” (2003), “Alma gêmea” (2005) e “O profeta” (2006), a última também passada na capital paulista, em período histórico.
— Fazer São Paulo em 14 mil metros quadrados é um desafio, sempre. Foram muitos livros lidos, informações que vieram do próprio autor, fotos analisadas... — lista Ferreira, ponderando: — Formamos um grande mingau de informações. Não estamos fazendo uma novela com rigor histórico, mas desejamos transportar o público para a época.
Parte do material de antigamente foi coletado no próprio acervo da emissora. O bonde, por exemplo, serviu de transporte aos personagens de “Lado a lado” (2012). Agora, ressurge com novas tintas. Outros itens, porém, precisaram ser feitos sob medida ou adquiridos exclusivamente para a novela (os cartazes de rua, típicos da época, como este na foto acima, foram todos desenhados pela equipe de cenógrafos).
— Contratamos um pintor letrista por quase 20 dias. O material da rádio da cidade foi todo projetado por nós — afirma Eliane, voltando a acentuar que o trabalho não cessou: — Se houver um terremoto na trama, a gente vai ter que se virar!
fonte: http://extra.globo.com
'Parente' pede dinheiro emprestado e mãe e filha perdem R$ 9 mil em golpe
Do G1 Presidente Prudente
Mãe e filha foram vítimas de um golpe nesta sexta-feira (22), em Rancharia. De acordo com a Polícia Civil, um parente ligou para elas e avisou que estava com o carro quebrado na rodovia e precisava de ajuda.Segundo o boletim de ocorrência, uma mulher de 57 anos e sua filha, de 37 anos, receberam uma ligação de um familiar que mora na cidade de Assis (SP). O suposto parente relatou que havia sofrido um acidente na Rodovia Manílio Gobbi (SP-284), que liga Assis a Rancharia.No telefonema, ele pediu que as duas fizessem alguns depósitos para o pagamento do guincho, mecânico e outras despesas. No total, foram efetuados seis depósitos de valores distintos, que somados equivalem a cerca de R$ 9 mil.Ao desconfiar do golpe, as mulheres entraram em contato com a Polícia Rodoviária, que foi até o local do "acidente" e constatou que não havia acontecido nada.Com a informação, mãe e filha foram até Assis para falar com o familiar, que não sabia de nada. Elas registraram o boletim de ocorrência neste sábado (23), na Delegacia de Rancharia.A Polícia Civil enfatizou que esse tipo de golpe tem acontecido com uma certa frequência no município e que os telefones sempre possuem DDD das áreas 85 e 65.