Rumo de Lara em “A Regra do Jogo” expõe divergência entre autor e diretor
Mauricio Stycer

Aguardada com enorme expectativa, ainda mais depois do insucesso de “Babilônia”, a nova novela de João Emanuel Carneiro, exibida a partir de 31 de agosto de 2015, começou com resultados abaixo do esperado. Por este motivo, “A Regra do Jogo” não seguiu exatamente o que previa a sua sinopse.
Por sugestão (ou intervenção) de Silvio de Abreu, diretor de Teledramaturgia da Globo, em pelo menos dois casos a trama foi modificada. Como revelou o siteNoticias da TV em outubro, uma das alterações, pouco importante, foi no perfil de Ninfa (Roberta Rodrigues), que teve o seu apetite sexual atenuado.

Abandonada numa cidadezinha do interior, ela pensava que Bira (seu nome verdadeiro) havia morrido. Ao ver uma foto do marido no jornal, Lara vai ao Rio à sua procura, criando uma série de problemas para ele. A certa altura, ela acaba se envolvendo com Dante (Marco Pigossi), o policial que investiga justamente Orlando.

Questionado na época da mudança por Márcia Pereira, João Emanuel respondeu: “Novela é uma obra aberta e o processo criativo é constante. A sinopse é um instrumento de trabalho que serve para nortear o autor. Pelo menos é assim para mim. Trata-se de uma ideia, um horizonte. Sobre o Orlando, ele sempre foi um homem frio, capaz de fazer qualquer coisa pela facção. Essa é a sua essência''.
É verdade, mas a trajetória errática de Lara em “A Regra do Jogo” deixa claro que o autor não engoliu a sugestão da Globo em mexer na trama que imaginou.
fonte:http://mauriciostycer.blogosfera.uol.com.br