IRENE RAVACHE (FOTO: TV GLOBO)
Quem acompanha “Além do tempo” está preocupado com a mudança de fase. Como se sabe, a trama vai avançar 150 anos. A mudança acontecerá mês que vem, com os personagens reunidos numa nova encarnação e usando os mesmos nomes. As relações estarão reconfiguradas, o que, convenhamos, pode gerar alguma confusão. Mas, como Elizabeth Jhin, a autora, vem provando ser uma hábil contadora de histórias, é de se imaginar que tudo correrá com clareza.
Mas vai ser difícil deixar para trás as cenas de esgrima, os segredos escritos em diários, os mal-entendidos que acontecem só porque o telefone ainda não existia. A voltagem da novela cresce todos os dias. Os conflitos mais atraentes das últimas semanas ocorrem no casarão. Às vezes, a Condessa (Irene Ravache) parece um leão sem dentes, arrependida de todo o mal que praticou e afeiçoada a Lívia (Alinne Moraes), a moça que, não sabe, é sua neta. Até que mostra as garras e agride Zilda (Nívea Maria). Como a Condessa anda adoentada, grande parte dessas cenas se passa no quarto dela. É prova que o bom texto dito por atores competentes pode bastar para prender a atenção. Paralelamente, a eletricidade entre Lívia e o Conde Felipe (Rafael Cardoso) anima os capítulos. Ele tem uma noiva de verdade, ela, um noivo de mentira. O romance, portanto, é proibido e nada aconteceu ainda. Mas o público torce principalmente porque Melissa (Paolla Oliveira) faz o que pode para ter o Conde para si. Até destruir o diário de uma morta, se for necessário.
“Além do tempo” parece uma novela clássica, e é. Mas, quando trançar duas cronologias renovando integralmente sua galeria de personagens, dará um passo inédito no gênero. Tomara que mantenha o imenso charme de hoje.
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