Aos 63 anos, Vera Fischer emagrece, renova contrato na TV, prepara festa de aniversário e não está nem aí para o que falam dela
Vera Fischer sempre foi sinônimo de glamour, beleza e até polêmica. Um patrimônio da sensualidade. Uma loura nada gelada que povoa o imaginário de homens e mulheres. Há pouco mais de uma semana, a atriz voltou às manchetes. O motivo: estava de cabelos molhados, um vestido simples e sem maquiagem no aeroporto. E daí? Acontece que acharam Vera irreconhecível. Jura? Tinha até foto dela posando para uma selfie com um fã...
O episódio suscitou uma discussão nas redes sociais, chamou a atenção de colegas e formadores de opinião. Por que, raios, Vera tem que ser uma deusa 24 horas por dia? Aos 63 anos, ela (ou qualquer um de nós) não teria o direito de sair de casa como quiser? Mitos não envelhecem; pessoas, sim.
Vera é uma pessoa antes mesmo de ser eleita Miss Brasil em 69 e se transformar numa loura mítica da TV. E os anos passaram. Mas, novamente, e daí? “Ela mesma não está nem aí. Ela não lê essas bobagens, não vê o que sai sobre ela na internet. E lida muito bem com o envelhecimento. Nunca mexeu naquele rosto”, diz Ronald Pimentel, maquiador e um dos melhores amigos da atriz há décadas: “Ela sempre foi de acordar, tomar banho, passar um pente no cabelo e sair de casa sem se preocupar com a opinião dos outros”.
Até o muso Cauã Reymond saiu em defesa de Vera e citou a crônica da jornalista Cora Rónai, que fez uma reflexão sobre o ocorrido. “Grande texto sobre a pobreza de espírito reinante”, escreveu o ator, lacrando e reproduzindo o artigo em seu perfil no Facebook.
Vera, que nunca foi de se furtar a dizer o que pensa e sobre o que já passou na vida, preferiu ficar calada desta vez. Mas a atriz lê o que falam sobre ela, sim. Recebe um clipping diário com tudo o que sai sobre ela e seu ofício na mídia impressa, tudo recortadinho, para ler em casa. Internet ainda é algo que não a seduziu. Como musa atemporal que é, dá de ombros.
Vera está em outra. Antes mesmo de “estar irreconhecível”, a atriz voltou à dieta e aos exercícios, e já apareceu mais magra numa estreia teatral no Rio ao lado dos filhos, Gabriel e Rafaela, no último dia 6. Teve seu contrato com a Globo renovado e está preparando uma comemoração para seus 64 anos, no fim do mês. Ah, e continua frequentando os aeroportos para ir e vir das cidades nas quais encena sua peça “Relações aparentes”. Ou seja, minha gente, Vera Fischer ainda será muito vista e reconhecida nas salas de embarque. Portanto, deixem a Deusa em paz!
Elas também são Vera!
O episódio “Vera irreconhecível” deixou alguns colegas de profissão perplexos. Atrizes na casa dos 60 anos, que estão produzindo, trabalhando, se cuidando e tão bem quanto a loura, ponderam sobre a cobrança que ronda suas vidas.
Não é de agora. Há dois anos, Betty Faria, de 74 anos, “ousou” ir à praia de biquíni. Foi chamada de velha e ela questionou: “Queriam que eu fosse à praia de burca?”.
Zezé Polessa, de 62 anos, se lembra bem do que aconteceu. “O mesmo já havia acontecido com a Betty Faria, que respondeu à altura. A gente tem a idade que tem, isso é bobagem. Pensar que é necessário estar produzida sempre faz até mal para a pessoa. Eu, por exemplo, não me preocupo com isso, gosto de estar como eu quiser. Essa patrulha é depreciativa, maldosa”, opina.
Patrycia Travassos, de 60 anos, acredita que as pessoas têm que ser como são: “Eu sou igual a qualquer pessoa, e todo mundo envelhece. Ninguém é musa a vida inteira”.
Aos 65 anos e também eterna musa, Cláudia Alencar vai além da discussão sobre os padrões de beleza: “Alguém fala sobre a peça que a Vera está encenando? Que certamente teve que batalhar para levar aos palcos... O que aconteceu com ela é de um machismo absurdo. Quero ver patrulhar quem lava dinheiro público”.
fonte: http://extra.globo.com