Em “Totalmente demais”, Priscila Steinman interpreta a enigmática Sofia, filha morta de Lili (Vivianne Pasmanter) e Germano (Humberto Martins), que vive aparecendo em flashbacks na novela das sete. Com uma trama intensa depois de a personagem passar por uma virada e mostrar um passado de ovelha negra em pele de cordeiro, aqui, neste ensaio, a atriz encara o clima de outra virada. Às vésperas do réveillon, ela veste a cor que, entra tendência, sai tendência, não deixa de simbolizar o Ano Novo.

— Eu adoro branco. Uso sempre, apesar de ser difícil no dia a dia, já que sou muito desastrada e sujo a roupa toda hora (risos). Mas, nos fins de ano, acho tão bonito todo mundo vibrando na mesma energia, com tons leves! — considera a carioca de 27 anos, que nestas páginas mescla a cor curinga com acessórios e detalhes metalizados nos looks para simbolizar prosperidade para 2016.

Judia, ela revela que, além da festa tradicional, comemora chegadas em duas outras datas: o Rosh Hashanah (Ano Novo Judaico, que acontece entre setembro e outubro), e no seu aniversário, em maio.

— Digo que tenho três Anos Novos na minha rotina — brinca a artista, que faz questão de rezar em hebraico à meia-noite do dia 1º: — Não peço nada, apenas agradeço por tudo o que aconteceu. É o momento em que penso sobre as realizações dos últimos 12 meses.

E haja oração para 2015. No ano, além do papel de destaque na novela das sete, Priscila interpretou uma das personagens de um triângulo amoroso com Fernanda Vasconcellos e Renato Góes nos cinemas em “Meu pequeno dicionário amoroso 2”.

— Se me perguntarem qual foi o dia mais especial de 2015, diria que foi a estreia do filme. Fazer cinema é esplêndido: você vê a obra ali, completa, e tem a sensação de que será eterno — avalia a atriz, que beijou Fernanda nas telonas numa cena de grande repercussão: — Beijar mulher na ficção é igual a beijar homem. Se eu trabalhar preocupada com esse tipo de coisa, é porque eu não estava com a energia no lugar certo.

Com a energia obscura está Sofia, a filha imaculada e herdeira da Bastille, que, na verdade, foi quem incentivou Jacaré (Sergio Malheiros) a entrar no mundo do crime e levou o rapaz a ser preso em seu lugar. A personalidade transgressora da menina era conhecida apenas pelo menino de rua, que agia arrebatado pela paixão:

— Todos nós temos várias camadas e ninguém é perfeito. Os autores jogaram uma luz na personalidade da Sofia e fizeram refletir as sombras, mas não julgo minhas personagens. Mesmo assim, acredito que o grande problema dela em vida foi o abuso do poder, de seu lugar social. Tinha certeza de que conseguiria resolver todos os problemas com o status. Ela, assim como o Jacaré, deveria pagar pelo erro que cometeu. Às vezes, as pessoas estão numa posição que as leva ao roubo. Aí creem que vão ficar impunes e que o fato de serem bem-sucedidas justifica o erro. Eu discordo. Não é o que se tem que constrói, mas o que se é.

A essência do ser, aliás, orienta a vida da atriz que é também roteirista, e colaborou para atrações como “Malhação — Sonhos”, a temporada passada da novela, e para o programa “Na moral”, apresentado por Pedro Bial. A profissão por trás das câmeras, no entanto, deve ter um retorno adiado com tantos planos para 2016:

— Vou fazer um longa-metragem, estou montando uma peça com Domingos de Oliveira e ainda devo gravar muitas cenas de Sofia. Espero ter muito o que agradecer no fim do ano que vem — projeta.

Fotos: Márcio Alves

Beleza: Duh Nunes

Produção de moda: Rosane Amora

Assistente de produção: Gabriela Sestari

Agradecimento: Hotel Golden Tulip Regente Copacabana