‘A regra do jogo’: prestes a ser preso, Romero pegaria 17 anos na vida real. Veja outras penas da facção
Alcione brada na abertura de “A regra do jogo”: “O sol há de brilhar mais uma vez”. Nos próximos capítulos, no entanto, Romero (Alexandre Nero) vai ver o astro nascer quadrado. Para a facção, a prisão de um irmão do crime anuncia a chegada de tempos sombrios com a possibilidade de o império construído por Gibson (José de Abreu) ser desmantelado.
Em entrevista publicada no Sessão Extra em janeiro, Nero afirmou vislumbrar apenas um fim para seu personagem: a morte. Mas antes dela, se ela vier mesmo, o bandido terá um confronto com a Justiça. Até o momento, caso fosse condenado, ele poderia ficar até 17 anos e meio preso, levando em conta seus principais crimes. A conta, porém, só tende a crescer, já que o ex-vereador vai fugir da cadeia e sequestrará Tóia (Vanessa Giácomo). Dentro dos limites da ficção, a pena de Romero poderia ser atenuada caso ele participasse de uma delação premiada, segundo explica Yuri Sahione, vice-presidente da Comissão de Direito Penal da OAB/RJ:
— Numa situação normal, a delação poderia diminuir em até dois terços da pena total, mas depende da qualidade das informações, do tipo de provas e como elas comprometeriam a facção.
Pelo fato de participar de uma associação criminosa, Romero e qualquer outro membro poderia pegar entre 1 ano e meio a 4 anos e meio. O Massacre de Seropédica — matança comandada por Zé Maria (Tony Ramos) — traz uma situação curiosa: neste caso, a condenação do assassino seria maior do que a de Gibson, embora tenha sido este o mandante da ação. A quantidade de mortes, da mesma forma, poderia elevar ainda mais a condenação, que é de 12 a 30 anos, sendo um homicídio qualificado. Assim, o pai de Juliano (Cauã Reymond) poderia pegar até 50 anos.
— Para o direito penal, quem executa o crime é punido mais gravemente. O mandante tem a pena um pouco menor porque ele só instiga e auxilia na prática do crime — reforça Yuri.
O advogado lembra que, diante da natureza das violações, tanto Zé quanto Gibson poderiam alegar psicopatia. Caso fosse aceita, eles ficariam internados num manicômio judicial por no máximo 30 anos ou até que o laudo de um psiquiatra forense “ateste que eles não representem mais um perigo para a sociedade”.
José de Abreu desenha o desfecho ideal para o Pai.
— Se ele fosse para uma cadeia normal no Brasil, seria morto em meia hora ou viraria o rei de lá. Acho que seria genial um fim como o de “Vale tudo”, com Gibson dando uma banana para o país. Ou ele ser preso e conseguir um habeas corpus do Supremo Tribunal — imagina o ator.
OS CRIMES DE ROMERO
Associação criminosa:
1,5 a 4,5 anos
Falso assalto ao banco (exibido no primeiro capítulo):
Por ser uma encenação para a prática de um furto, a pena seria de 3 a 8 anos.
Bomba no presídio:
Por repassar material para que um bandido monte uma bomba e fuja: pena de seis meses a 2 anos.
Ocultação de cadáver:
Romero pede que Ascânio (Tonico Pereira) se livre do corpo de Dário (Alcemar Vieira) , jornalista morto por Orlando: 1 a 3 anos.
fonte: http://extra.globo.com