De frente para a TV: Deborah Evelyn rouba todas as cenas em 'A regra do jogo'
Acho Deborah Evelyn uma atriz injustiçada pela mídia, pelo público e até pelos autores. Atriz talentosíssima, ela é daquelas coadjuvantes que sempre (sempre mesmo!) roubam a cena e arrebentam. Nunca passa despercebida, mesmo quando a novela é uma bomba. Deborah ainda não ganhou uma protagonista ou uma antagonista. Mas a atriz é tão boa, tão boa que fica com o papel secundário e dá um jeito de transformá-lo num personagem importante dentro da trama. Falta acontecer a ela algo como o que aconteceu com Lilia Cabral quando foi escalada para viver a vilã Marta de “Páginas da vida”. Sempre coadjuvante, Lilia arrebentou e mudou de patamar dentro da emissora. Enquanto nenhum autor entrega a Deborah o papel principal em uma história, ela segue tirando leite de pedra como faz com Kiki de “A regra do jogo”.
Cheia de segredos, dramas e mistérios, a filha de Gibson (José de Abreu) e Nora (Renata Sorrah) só protagoniza sequências difíceis e densas. Não houve cena alguma “mais ou menos”. Toda vez em que Kiki surge, muda os rumos do jogo na novela. E Deborah consegue passar todos os sentimentos da mulher de Zé Maria (Tony Ramos) com muita emoção. Sua naturalidade é arrepiante. Num momento, Kiki é a doçura em pessoa com a filha, Aninha (Letícia Braga), e, logo depois, transforma-se com a crueldade do pai. Essa semana foi toda da personagem, que encarou a mãe e o filho, Dante (Marco Pigossi). O encontro de Kiki com a família — em especial com Nelita (Bárbara Paz) — foi de tirar o fôlego, e Deborah, mais uma vez, mostrou que é uma das melhores atrizes de sua geração. Peça fundamental na história de João Emanuel Carneiro, Kiki tem tudo para, finalmente, mudar o status da atriz. Pelo menos é o que ela merece.
fonte: http://extra.globo.com