Nana Gouvêa faz mais um filme nos EUA e diz que público brasileiro é amargo: ‘Tem certo rancor: ‘por que ela e não eu?’’
Que ninguém pense que foi fácil para Nana Gouvêa participar de seu primeiro filme americano. A estreia da atriz em “Black wake” (ainda sem título no Brasil) só foi possível após exaustivos testes. E por pouco ela não vira uma vampira. “Eu participei de um teste gigantesco para um filme de vampiros. Começamos com mil atrizes, passaram 400, depois 20, e finalmente duas. Eu estava entre essas duas, mas no final acabaram se decidindo pela outra atriz”, conta ela, que não ficou totalmente de fora dos planos do diretor Jeremiah Kipp: “Ele veio a mim e me apresentou o projeto de ‘Black wake’ dizendo que eu era perfeita para a personagem da cientista. Eu li o roteiro e adorei!”.
Se o papel principal de “Theresa & Allison” foi perdido para Arielle Hope, outra estreante nas telonas dos EUA, em “Black wake”, que teve parte do trailer divulgado esta semana, o nome da brasileira abre os créditos. É o rosto de Nana, inclusive, que estampa o pôster. “Não deu tempo de parar e pensar nisso. Confesso que nem observei esse detalhe”, diz, modesta.
Na trama, um misto de ficção científica e terror, Nana dá vida à cientista Lúcia, que está às voltas com vídeos que registram mortes misteriosas que ocorreram numa praia do Oceano Atlântico. A suspeita é a de que um vírus transforma as pessoas em zumbis. “Adoro filmes sci-fi e de terror”, comemora ela, que filmou ao lado de Eric Roberts, irmão de Julia Roberts: “Foi tudo negociado com a esposa dele que também é sua agente. Eu não o conhecia e ele é incrível!”.
Este não é o único filme no ainda pequeno currículo de atriz de Nana Gouvêa. Há 15 anos, ela participou de “O filho pródigo”. “Até onde eu sei, passou no Eurochanel. Mas confesso que não vi o filme”, observa. Enquanto “Black wake” estiver sendo finalizado, Nana já engata a filmagem de “Idee Fixe”. “Interpreto uma atriz que está na luta para conseguir o papel de Oja Kodar, a última mulher de Orson Welles. Esses dois trabalhos exigem de mim muito esforço mental, pois tenho muito o que gravar já que sou a personagem principal de ambos. E são filmes que exigem muita concentração e uma carga emocional muito grande”, valoriza.
Assim que o trailer de “Black wake” começou a pipocar na internet, também choveram comentários chamando a produção de tosca. Nana dá de ombros e foca nos elogios. “Tenho visto muita repercussão positiva. De pessoas que admiram a virada que eu dei na minha vida, a forma como abdiquei de viver uma vida cheia de glamour e fama no Brasil para investir num casamento, num país estranho, sem nenhuma expectativa profissional. Quanto aos negativos, acho que tem um público brasileiro muito amargo e cansado de tantas dificuldades que tem atravessado e isso está se refletindo na forma de de se expressar, com amargura. Aí, venho eu feliz, bem casada, bem amada, com minha filha ao meu lado, morando num lugar magnífico, trabalhando com algo que eu amo, estudando, aprendendo, progredindo, evoluindo e causa um certo rancor do tipo ‘por que ela e não eu?’”, conclui.
fonte: http://extra.globo.com