Linda, loura e caipira, Bruna Viola é a mais nova candidata a musa da música sertaneja
Bonita e com 1,71m de altura, Bruna Viola chama a atenção por onde passa. Esguia, de sorriso fácil... Mas apesar de toda a pinta de modelo, a loura cresce mesmo é em cima do palco, onde entoa modões sertanejos e dedilha o instrumento que dá a ela o sobrenome artístico desde os 11 anos, idade em que começou a se apresentar em feiras agropecuárias no Mato Grosso.
— É muito mió que passarela — brinca ela, que já experimentou desfiles na adolescência.
Aos 15 anos, despontou em Cuiabá com uma participação num show na TV, na novela “Paraíso” (2009). Hoje, aos 22, ganha o país e conta que o interesse pelo canto do sertão vem de longa data.
— Aprendi a gostar de sertanejo com o meu bisavô, na fazenda, ouvindo Inezita Barroso, Tião Carreiro e Pardinho, a boa viola caipira. A música está na minha raiz — recorda-se Bruna, tataraneta dos irmãos Villas-Bôas, sertanistas que lutaram pela valorização indígena na década de 1940 e idealizaram o Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso.
E não tem jeito, é o interior que inspira a violeira. Mesmo após trocar o Centro-Oeste por São Paulo (agora ela mora sozinha em Ribeirão Preto), a filha de um operário de silos e de uma dona de casa tem como tema principal das canções a vida na fazenda.
— Tenho orgulho de ser caipira. Hoje em dia está mais na moda, né? O sertanejo está ganhando o Brasil! Mas antigamente tinham vergonha — pontua, brejeira e tímida, sem esconder o sotaque carregado nos erres e sem desprezar o novo sertanejo universitário: — Gosto muito de ouvir as duplas e acompanho o trabalho de Daniel, Marcos e Belutti... César Menotti e Fabiano conheci no fim da adolescência e agora gravamos juntos “Se você voltar”.
A música romântica com a dupla faz parte do terceiro álbum da loura, “Sem fronteiras”, o primeiro gravado com o selo de uma grande gravadora, a Universal Music.
— Chegaram até mim através dos vídeos da internet, do boca aboca.
Com um talento que ganha ainda mais força por ser uma das poucas instrumentistas de viola caipira do país, a cuiabana relativiza rixas com as mulheres que já têm seu espaço:
— Às vezes, quem cria a rivalidade é o fã, que está ali e faz comparações. Mas não tem nada sério. Sempre gostei muito do trabalho da Roberta Miranda, que está aí há muito tempo, da Paula Fernandes, que tem um sertanejo mais country, da Thaeme (da dupla com Thiago)... É bom surgirem cada vez mais nomes para o sertanejo se fortalecer mais e mais.
Bruna tem 1 milhão e meio de visualizações no Youtube para a principal música de seus 11 anos de carreira, “No ponteio da viola”. Nas redes sociais, são 72 mil seguidores, que se autodenominam “brutos” e proliferam comentários com elogios ao talento da cantora e a sua beleza, já que a loura aparece sempre maquiada a bordo de seu chapéu de caubói.
— Musa sertaneja, diva do sertão, flor matogrossense... É uma forma de os fãs demonstrarem o carinho. Sempre os trato como amigos, com muito respeito, acho que isso gera uma aproximação — despista a bela, que nas horas vagas é figurinha fácil em festas country e conserva o hobby de laçar o cavalete: — É uma brincadeira de rodar a corda como se fosse envolver o gado.
E acredita que ninguém até hoje laçou o coração da gata? Mesmo assim, ela não desconsidera abrir a porteira:
— Não viria problema em namorar um fã. O negócio é que eu só penso na viola (risos)!
fonte: http://extra.globo.com