‘A regra do jogo’: João Emanuel Carneiro diz que identidade do Pai será revelada em breve
De repente, das sombras surge Zé Maria. O homem, o mesmo que vociferava ser inocente, revela-se culpado. Tem as mãos manchadas de sangue do Massacre de Seropédica e, sim, confirma ser um dos irmãos da facção criminosa que toca o terror em “A regra do jogo”. A novidade sobre o personagem de Tony Ramos nega radicalmente a perspectiva inicial do ator sobre o papel, definido por ele, às vésperas da estreia da trama, como “um brasileiro comum tentando acertar sua vida”. Não é bem por aí! Zé não só ceifou a vida de inocentes na chacina, como vai tentar matar Tóia (Vanessa Giácomo), posicionando-se também como um ardiloso rival de Romero (Alexandre Nero) na organização. Trata-se de um caminho sem volta
— Ele está ligado à facção, não haverá mais dúvida sobre isso. Há gente que acredita na inocência dele, mas essas certezas cairão por terra, mais cedo ou mais tarde — diz o autor João Emanuel Carneiro.
Zé foi criado especialmente para Tony. O convite foi feito oficialmente em fevereiro e a primeira reunião entre eles aconteceu no mês seguinte. Diferentemente de outros nomes do elenco, como o protagonista interpretado por Nero, o veterano não precisou passar por testes para garantir o importante papel.
— O João havia me falado: “Preciso de alguma novela que você faça inteira” (o ator fez uma participação em “Avenida Brasil”). Não esperei que fosse ser tão rápido. Ele tinha imaginado a mim desde o começo, pediu para eu deixar a barba crescer, o cabelo não podia ter corte. É um urso, um sujeito sem glamour — explica Tony sobre a caracterização.
A volta de Zé ao submundo traz à tona os nervos inflamados da facção, cujo símbolo é um quadrado inclinado, cortado por linhas retas em cada um dos lados. A ação dos criminosos, que se saúdam com o lema “Vitória na guerra, irmãos”, é nefasta, com mortes e roubos em seu histórico (veja no quadro abaixo). João Emanuel garante que essas ações visam um objetivo maior. “ É tudo que posso dizer por enquanto”, resume o autor, reforçando os mistérios que cercam a trama. Como organização, possui uma hierarquia rígida que alude a formação familiar tradicional. O Pai, cuja identidade é um dos mistérios da novela, encabeça a onda de horror.
— Nem o próprio Tio encontrou e sabe quem é o Pai, ainda que se refira a ele o tempo todo. Assim, para o público, o Tio é o cabeça da facção. É aquele cara quem decide quem vive e quem morre. E, ao mesmo tempo, também tem seu rabo preso. Ninguém está seguro na novela, essa é a verdadeira regra do jogo — sustenta Jackson Antunes, o Tio.
Diante de incertezas nas peças do tabuleiro do folhetim, o autor instiga:
— A identidade do Pai será revelada bem antes do término da novela. E quando acontecer, muitos personagens ganharão novos contornos, algumas histórias que parecem estar soltas irão se ligar.
Mortes, roubos e sangue: confira os crimes já cometidos pela facção
O massacre
Há quase 20 anos, Zé Maria invadiu um ônibus lotado e com uma metralhadora disparou contra os passageiros. Apenas as crianças sobreviveram, entre elas Dante (Marco Pigossi) e Tóia. A menina, que na verdade se chama Sofia, é filha do cientista Fernando Albuquerque, dono da patente de uma fórmula cobiçada pelos bandidos. Ele era o único alvo do massacre da Seropédica! “Zé Maria tinha que matar todo mundo que tava no ônibus. Se matasse só o cientista, ia atrair a atenção pro cara”, explica Tio a Romero.
Assalto ao banco
Os bandidos fizeram 11 reféns durante um assalto a banco. Romero foi designado para mediar as negociações. O grupo, em acordo com a polícia, concorda em liberar quatro pessoas. São falsos reféns que escondem joias valiosas sob as roupas. O dinheiro do assalto de mentira, claro, vai para a conta da facção.
Dois homens mortos
Convencido por Juliano (Cauã Reymond), Dênis (Amauri Oliveira) decide contar o que sabe sobre a facção para Dário (Alcemar Vieira), um jornalista. Mas o plano é prontamente interrompido. Os membros da organização conseguem capturar o delator e Orlando (Eduardo Moscovis) o mata. O vilão também despacha o jornalista com um tiro.
Explosão
Tio pede que Romero leve uma bomba para um presidiário, um irmão do crime que eles precisam libertar. Como é reconhecido como defensor dos direitos humanos, o ex-vereador pode entrar na penitenciária sem ser revistado. E assim o faz. Pelo serviço, cobra R$ 150 mil.
Hierarquia da facção
Pai: A identidade do chefão é um mistério. Tudo está sob seu comando. Há quem aposte que é uma mulher a pessoa por trás da interrogação.
Tio (Jackson Antunes): É quem dá ordem aos irmãos e coordena ações importantes executadas por eles. Talvez nem ele conheça a identidade do Pai.
Zé Maria (Tony Ramos): Zé é um antigo membro da facção. Precisou se afastar após o Massacre de Seropédica, mas volta com mais status no grupo.
Orlando (Eduardo Moscovis): Ele enriqueceu com a patente roubada. É um assassino impiedoso. Foi promovido na facção antes de Romero e tem mais prestígio que ele.
Romero (Alexandre Nero): O ex-vereador se sente preterido na facção. Participa de ações importantes, mas é menos poderoso que seus irmãos.
Mocinha e vilã ficam na mira da facção
Nos próximos capítulos de “A regra do jogo”, Tóia e Atena (Giovanna Antonelli) ficarão na mira da facção. Esperta, a filha de criação de Djanira (Cássia Kis) descobrirá as mentiras de Zé Maria e vai fazer de tudo para provar que o pai de Juliano é um bandido. Ela se alia a Dante e passa a colaborar com o policial. Com essa ajuda, o jovem fica a um passo de prender Zé, à frente de uma operação para entregar armas roubadas do Exército. O bandido manda amarrar a mocinha num barco furado, mas acha melhor salvá-la. Assim, ele pensa, sustentará por mais tempo a imagem de um homem bom. Além da heroína, a vilã da trama desafia a facção. Tio descobre que Atena tem um vídeo que incrimina a organização. E decide ele mesmo resolver o problema e ter uma conversinha com a loura.
fonte: http://extra.globo.com